Presidente dos EUA é eleito por grupo de 538 representantes
O Colégio Eleitoral é constituído por 538 eleitores-representantes: um número equivalente aos 435 membros da Câmara dos Representantes e aos 100 senadores
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2012 às 16h11.
Washington - O presidente dos Estados Unidos , Barack Obama, e candidato democrata à reeleição nas eleições do dia 6 de novembro e seu rival republicano, Mitt Romney, lutam por conseguir o voto de milhões de americanos, embora na realidade sua nomeação estará nas mãos de um grupo de 538 representantes.
Tudo se deve ao sistema estabelecido há mais de 200 anos pelos fundadores do país, que projetaram o denominado Colégio Eleitoral, formado por um grupo de eleitores designados pelos Estados que são quem elege, após o pleito, o presidente e o vice-presidente.
O Colégio Eleitoral é constituído por 538 eleitores-representantes: um número equivalente aos 435 membros da Câmara dos Representantes e aos 100 senadores, mais três representantes pelo Distrito de Columbia, onde fica a capital do país, Washington.
Cada Estado atribui um número de representantes igual ao número de seus senadores federais (dois) mais o número de seus representantes federais, que são proporcionais à população.
O candidato que receber mais votos populares em cada Estado ficará com todos seus eleitores, o que dá aos Estados mais povoados como Califórnia, Texas, Flórida, Ohio e Pensilvânia uma maior relevância.
A exceção é Nebraska e Maine, que distribuem o voto no colégio eleitoral de maneira proporcional entre cada candidato segundo a percentagem de votos que tenha obtido cada um deles.
Para ser eleito presidente é necessário obter 270 votos no colégio eleitoral, ou seja, uma maioria simples.
Este sistema permitiu que possam chegar à Presidência candidatos com menos votos populares que seus oponentes em todos os Estados, como ocorreu no ano de 2000 entre o candidato republicano, George W. Bush e o democrata Al Gore.
Naquela ocasião, Bush conseguiu 271 votos no colégio eleitoral ao somar os 25 que então tinha Flórida (que aumentou para 29 após o censo de 2010), depois de uma impugnação e uma apuração, apesar de ter obtido em nível nacional quase meio milhão de votos menos que Al Gore, que sem esse Estado só alcançou 266.
Daí a importância de ganhar, embora seja por pouca margem nos Estados que mais votos apresentam no colégio eleitoral, como Califórnia (55) e Texas (38), o que faz com que as campanhas façam um esforço especial nestes que não se definem claramente como republicano ou democrata - que podem ser determinantes.
A um mês das eleições, segundo as projeções eleitorais do New York Times, Obama já teria acumulados 237 votos no colégio eleitoral e Romney 191, enquanto 110 corresponderiam a Estados "indecisos".
Entre estes Estados está Ohio, com 18 votos no colégio eleitoral, que segundo disse à Efe a professora de Ciências Políticas da Universidade de Ohio, Susan Burgess, "nenhum republicano ganhou a Presidência sem ter ganhado em Ohio, na história moderna".
Além disso, este sistema dificulta a entrada de terceiros partidos na disputa política já que têm menos possibilidades de ganhar os votos no colégio eleitoral de um Estado frente aos dois maiores partidos já estabelecidos.
Os representantes normalmente são figuras políticas em cada Estado que prometem votar no candidato do partido (Obama ou Romney) pelo que eles foram escolhidos, mas nada na Constituição os obriga a seguir a regra.
Uma vez realizadas as eleições e conhecida a composição do Colégio Eleitoral, os representantes se reúnem na primeira segunda-feira seguinte à segunda quarta-feira de dezembro para escolher formalmente o presidente e o vice-presidente dos EUA.
Se o Colégio Eleitoral não entrar em acordo, o Congresso é que escolhe o presidente.