Mundo

Presidente do Quênia irá ao Tribunal Penal Internacional

O presidente queniano anunciou que irá comparecer perante o Tribunal Penal Internacional, onde enfrenta acusações de crimes contra a humanidade

O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, discursa no parlamento, em Nairóbi (Simon Maina/AFP/AFP)

O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, discursa no parlamento, em Nairóbi (Simon Maina/AFP/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 14h55.

Nairóbi - O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, anunciou nesta segunda-feira que irá comparecer na quarta-feira perante o Tribunal Penal Internacional (TPI), onde enfrenta acusações de crimes contra a humanidade.

"Ninguém poderá dizer que compareço como presidente do Quênia", declarou Kenyatta no Parlamento, enquanto vários deputados expressavam apoio.

"Nada na minha posição ou em minhas ações como presidente justifica a minha presença no Tribunal", afirmou Kenyatta, que nomeará seu vice-presidente William Ruto "presidente interino" durante sua estadia em Haia para "proteger a soberania da República do Quênia".

Kenyatta já se apresentou ao TPI, mas nunca desde que foi eleito presidente, em março de 2013.

O vice-presidente Ruto também é acusado de crimes contra a humanidade pelo TPI.

"Em breve emitirei o decreto necessário para que o honorável William Ruto seja nomeado presidente interino durante a minha audiência", disse Kenyatta ao Parlamento.

O presidente de 52 anos enfrenta cinco acusações no TPI por seu suposto papel como mentor da violência pós-eleitoral em 2007 e 2008.

"Minha consciência está limpa e sempre estará", garantiu Kenyatta, recordando que "tem colaborado com o Ministério Público para ajudar a estabelecer a verdade".

O julgamento de Kenyatta foi adiado várias vezes porque muitas testemunhas retiraram suas acusações. A ameaça de um processo diminuiu consideravelmente quando a acusação pediu um adiamento do julgamento por falta de provas.

O promotor denunciou a "falta de cooperação de Nairobi", enquanto a defesa aproveitou o adiamento para pedir o arquivamento do caso.

O Quênia perdeu a sua imagem de modelo de estabilidade na região no final de 2007, quando o líder da oposição, Raila Odinga, acusou o então presidente Mwao Kibaki de fraudar a sua reeleição.

Isso levou a distúrbios políticos que rapidamente deram lugar a massacres étnicos da tribo Kikuyu, à qual Kenyatta pertence.

O presidente lançou uma série de ataques de retaliação que mergulharam o Quênia na pior onda de violência desde a independência, em 1963.

Acompanhe tudo sobre:CrimeQuênia

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua