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Presidente do Peru pede que sigilo bancário pelo caso Odebrecht

Pedro Pablo Kuczynski pediu que levantem seu sigilo bancário após as acusações que uma das suas empresas recebeu pagamentos da construtora Odebrecht

Pedro Pablo Kuczynski: "revisem tudo o que queiram e assumo todas as responsabilidades que derivam de minhas ações" (Charles Platiau/Reuters)
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EFE

Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 06h35.

Lima - O presidente do Peru , Pedro Pablo Kuczynski, pedirá para as autoridades judiciais do seu país que levantem seu sigilo bancário após as acusações que uma das suas empresas recebeu pagamentos da construtora Odebrecht.

"Peço o levantamento de meu sigilo bancário para que revisem tudo o que queiram e assumo todas as responsabilidades que derivam de minhas ações", afirmou Kuczynski, em mensagem televisionada onde estava acompanhado de seus ministros.

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Kuczynski também disse que não se "deixaria intimidar" pelas advertências da oposição política no Congresso, liderada pelo fujimorismo, que ele o retiraria do cargo se ele não renunciar.

"Compatriotas, não me deixarei intimidar, sou um homem honesto e, como fui toda a minha vida, estou pronto para defender a verdade perante a comissão da Lava Jato (do Congresso), perante a Promotoria", enfatizou.

O governante afirmou que enfrentará e não esquivará nem se esconderá diante das acusações, porque, segundo ele, "não tem motivo para isso".

"Não vou abdicar, nem da minha honra, nem os meus valores, nem as responsabilidades como presidente de todos os peruanos. Convido todos os atores políticos a fazerem o mesmo. Foi muito difícil para nós recuperarmos essa democracia, não a perderemos de novo", disse.

As últimas horas deram uma reviravolta à atenção prestada no Peru por conta da Lava Jato, depois que a comissão do Congresso que investiga o caso revelasse na quarta-feira que uma empresa de Kuczynski recebeu pagamentos da Odebrecht.

Segundo essa informação, a empresa Westfield Capital, de Kuczynski, cobrou mais de US$ 782 mil em consultorias entre 2004 e 2007, período onde o atual presidente foi ministro da Economia e primeiro-ministro do governo de Alejandro Toledo.

Kuczynski já tinha negado ter feito qualquer tipo de consultoria para Odebrecht até que no último sábado, reconheceu ter assessorado através da First Capital a H2Olmos, empresa do grupo Odebrecht concessionária do projeto irrigação de Olmos.

O grupo de investigação do Congresso também afirmou que a Odebrecht indicou que entre 2005 e 2013, os pagamentos de serviços de consultoria foram feitos para a First Capital por mais de US$ 4 milhões.

O presidente peruano afirmou que a informação divulgada é falsa e pediu que seus compatriotas que não se deixem confundir por um "relatório tendencioso".

Ele afirmou, em primeiro lugar, que não tem "qualquer relação como sócio ou executivo" a com First Capital que ele disse pertencer ao empresário chileno Gerardo Sepúlveda.

Kuczynski reiterou que em uma ocasião deu um "serviço assessoria financeira" para essa empresa "de maneira absolutamente legítima enquanto não ocupava nenhum cargo público" e mostrou a fatura que lhe dada por esse serviço.

O presidente também disse que Westfield Capital pertence a ele, mas garante que nunca participou das suas atividades enquanto ocupou um cargo público.

"Com tudo isso sendo dito, é essencial que possamos explicar o que realmente está acontecendo aqui: a corrupção sistemática visa ameaçar nosso governo e nosso sistema democrático, é tão claro e tão sério", enfatizou.

A permanência de Kuczynski na presidência foi questionada nas últimas horas depois que a oposição política no Congresso, liderada pelo partido fujimorista Força Popular, manifestasse de maneira quase unânime que ele deve renunciar, ou será destituído, pelos seus supostos vínculos com a Odebrecht.

O presidente do Congresso, o fujimorista Luis Galarreta, afirmou que o plenário do legislativo analisará hoje a mensagem do governante e ouvirá a posição de cada um dos grupos sobre a questão.

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