Exame Logo

Presidente do Irã visa reconstruir relações com os EUA

Teerã e Washington cortaram relações depois da Revolução Islâmica no Irã, em 1979

Hassan Rouhani: "queremos reconstruir e melhorar as nossas relações com os países norte-americanos e europeus, com base no respeito mútuo", escreveu (Atta Kenare/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2013 às 11h54.

Berlim - O Irã quer melhorar as relações bilaterais com os Estados Unidos e outras potências ocidentais, disse o presidente Hassan Rouhani, num artigo publicado num jornal alemão nesta segunda-feira, abordando o tema que ele vinha evitando desde que assumiu o poder.

Rouhani venceu as eleições de junho no Irã depois de prometer uma política de engajamento com o Ocidente e tem mantido contatos diplomáticos regulares com os Estados Unidos, mas esses contatos têm se limitado a negociações sobre o programa nuclear iraniano.

"Queremos reconstruir e melhorar as nossas relações com os países norte-americanos e europeus, com base no respeito mútuo", escreveu ele numa contribuição para o Sueddeutsche Zeitung.

"Estamos nos esforçando para evitar novos problemas nas relações entre o Irã e os Estados Unidos e também para superar as tensões que herdamos", declarou o presidente, que prometeu reduzir o isolamento iraniano e ganhar um alívio nas sanções contra o país.

Teerã e Washington cortaram relações depois da Revolução Islâmica no Irã, em 1979.

O país, segundo Rouhani, não pode esquecer tudo que tem afetado as relações com os EUA nos últimos 60 anos, mas acrescentou: "Devemos agora nos concentrar no presente e nos orientar para o futuro".


O pragmatismo diplomático de Rouhani já resultou em avanços significativos. Quando em Nova York, para a Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro, o presidente do Irã teve uma conversa histórica pelo telefone com o presidente dos EUA, Barack Obama. Essa foi a primeira vez que os mandatários dos países conversaram em mais de três décadas.

" Removendo as dúvidas "

Posteriormente, autoridades iranianas enfatizaram que a ligação era para apoiar um resolução diplomática para o programa nuclear do Irã, e não sobre laços bilaterais. Dois meses depois, o Irã e potências mundiais assinaram um acordo provisório em que o Irã aceitava cortar as suas atividades nucleares em troca de um alívio nas sanções.

Rouhani, um ex-negociador do tema nuclear, afirmou que estava fazendo o possível para terminar com a polêmica sobre o programa nuclear iraniano. O Ocidente suspeita que o Irã busca com o programa desenvolver armas atômicas. O Irã nega tal acusação.

"Nós nunca nem consideramos a opção de obter armas nucleares", disse Rouhani. "Nós nunca vamos desistir do nosso direito de termos os benefícios da energia nuclear. No entanto, estamos trabalhando para remover todas as dúvidas e responder a todas as perguntas razoáveis sobre o nosso programa." No domingo, o Irã e potências mundiais suspenderam as negociações técnicas em Genebra sobre como implementar o acordo de novembro, até depois dos feriados de Natal. Até agora, eles avançaram pouco.

Veja também

Berlim - O Irã quer melhorar as relações bilaterais com os Estados Unidos e outras potências ocidentais, disse o presidente Hassan Rouhani, num artigo publicado num jornal alemão nesta segunda-feira, abordando o tema que ele vinha evitando desde que assumiu o poder.

Rouhani venceu as eleições de junho no Irã depois de prometer uma política de engajamento com o Ocidente e tem mantido contatos diplomáticos regulares com os Estados Unidos, mas esses contatos têm se limitado a negociações sobre o programa nuclear iraniano.

"Queremos reconstruir e melhorar as nossas relações com os países norte-americanos e europeus, com base no respeito mútuo", escreveu ele numa contribuição para o Sueddeutsche Zeitung.

"Estamos nos esforçando para evitar novos problemas nas relações entre o Irã e os Estados Unidos e também para superar as tensões que herdamos", declarou o presidente, que prometeu reduzir o isolamento iraniano e ganhar um alívio nas sanções contra o país.

Teerã e Washington cortaram relações depois da Revolução Islâmica no Irã, em 1979.

O país, segundo Rouhani, não pode esquecer tudo que tem afetado as relações com os EUA nos últimos 60 anos, mas acrescentou: "Devemos agora nos concentrar no presente e nos orientar para o futuro".


O pragmatismo diplomático de Rouhani já resultou em avanços significativos. Quando em Nova York, para a Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro, o presidente do Irã teve uma conversa histórica pelo telefone com o presidente dos EUA, Barack Obama. Essa foi a primeira vez que os mandatários dos países conversaram em mais de três décadas.

" Removendo as dúvidas "

Posteriormente, autoridades iranianas enfatizaram que a ligação era para apoiar um resolução diplomática para o programa nuclear do Irã, e não sobre laços bilaterais. Dois meses depois, o Irã e potências mundiais assinaram um acordo provisório em que o Irã aceitava cortar as suas atividades nucleares em troca de um alívio nas sanções.

Rouhani, um ex-negociador do tema nuclear, afirmou que estava fazendo o possível para terminar com a polêmica sobre o programa nuclear iraniano. O Ocidente suspeita que o Irã busca com o programa desenvolver armas atômicas. O Irã nega tal acusação.

"Nós nunca nem consideramos a opção de obter armas nucleares", disse Rouhani. "Nós nunca vamos desistir do nosso direito de termos os benefícios da energia nuclear. No entanto, estamos trabalhando para remover todas as dúvidas e responder a todas as perguntas razoáveis sobre o nosso programa." No domingo, o Irã e potências mundiais suspenderam as negociações técnicas em Genebra sobre como implementar o acordo de novembro, até depois dos feriados de Natal. Até agora, eles avançaram pouco.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEstados Unidos (EUA)Hassan RohaniIrã - PaísPaíses ricos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame