O presidente egípcio Mohamed Mursi no Cairo: econômica e politicamente, o Egito é uma referência para a África e os países muçulmanos (Mark Wilson/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2012 às 13h11.
Brasília - O presidente do Egito, Mohamed Mursi, informou à presidente Dilma Rousseff que uma série de assuntos internos e regionais o levou a cancelar a visita a Brasília, na próxima sexta-feira (28). Por intermédio de sua assessoria, Mursi se justificou com Dilma ao alegar a necessidade de cancelamento da visita devido às questões internas e do entorno regional. A decisão foi comunicada ontem (19), no final da tarde, à presidente.
O Egito e mais de 20 países não só da África, mas também do Oriente Médio, assim como da Europa enfrentam dias tensos devido à série de protestos contra o filme anti-Islã, produzido nos Estados Unidos. O filme satiriza o profeta Maomé e o islamismo. Na Líbia, em Benghazi, um ataque ao Consulado dos Estados Unidos matou o embaixador e mais três funcionários norte-americanos.
Porém, na primeira semana de outubro, Mursi deverá se reunir com Dilma e mais todos os presidentes sul-americanos, na Cúpula América do Sul e Países Árabes (Aspa), em Lima, no Peru. O egípcio é considerado um líder na região por ter sido o primeiro presidente eleito, depois das pressões para retirar Hosni Mubarak, depois de mais de três décadas do poder.
Econômica e politicamente, o Egito é uma referência para a África e os países muçulmanos. Recentemente, Mursi condenou o governo do presidente da Síria, Bashar Al Assad, país que faz fronteira com o Egito, pela forma como conduz a crise interna que dura 18 meses e matou mais de 20 mil pessoas.
Ao assumir o governo, Mursi enviou para reserva líderes das Forças Armadas, que mantiveram o poder nos últimos 30 anos e retirou da obscuridade a Irmandade Muçulmana, grupo o qual faz parte. No entanto, os protestos no país ainda ocorrem e a Praça Tahir, no Cairo, mantém-se como referência para as manifestações.