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Premiê palestino reduz preço de gasolina depois de protestos

Fayyad anunciou estas medidas enquanto ocorria, diante do gabinete do primeiro-ministro, um protesto de cerca de 1.500 funcionários públicos palestinos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2012 às 16h43.

Ramallah - O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, anunciou nesta terça-feira uma redução no preço dos combustíveis e do Imposto ao Valor Agregado (IVA), depois de mais de uma semana de manifestações na Cisjordânia contra o aumento do custo de vida.

"O preço dos combustíveis voltará a seu nível do final de agosto", indicou Fayyad à imprensa, depois da reunião de seu governo. "Baixaremos o IVA a 15%", acrescentou.

Fayyad anunciou estas medidas enquanto ocorria, diante do gabinete do primeiro-ministro, um protesto de cerca de 1.500 funcionários públicos palestinos, incluindo docentes em greve, para exigir uma redução dos preços dos artigos de primeira necessidade e da gasolina.

O chefe de Governo também afirmou que na quarta-feira pagará aos funcionários públicos uma parte dos salários atrasados de agosto e o restante, alguns dias depois, também nesta semana.

"Haverá novos cortes nos gastos dos ministérios e instituições governamentais, à exceção da Saúde, da Educação e dos Assuntos Sociais", assegurou, acrescentando que os salários de altos funcionários e ministros serão reduzidos.

Há mais de uma semana são registradas manifestações na Cisjordânia contra o recente aumento dos preços dos combustíveis e dos alimentos. Em várias delas, os manifestantes pediram a renúncia de Fayyad.

Na segunda-feira, ao mesmo tempo em que uma greve paralisava o serviço de transportes públicos em toda Cisjordânia, pneus queimados pelos manifestantes formavam nuvens de fumaça negra sobre este território ocupado por Israel.

Em Hebron, 2.000 palestinos protestaram contra o aumento do custo de vida e destruíram carros junto à sede da municipalidade, enquanto jogavam pedras contra a polícia palestina e contra as tropas israelenses presentes na área.


No domingo, a Autoridade Palestina pediu oficialmente a Israel que renegocie o Protocolo de Paris, de 1994, sobre as relações econômicas entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP).

"Transmiti ao governo israelense, através de seu Ministério da Defesa, o pedido oficial da Autoridade Palestina para reabrir o Protocolo de Paris, que é incompatível com a situação econômica atual", afirmou o ministro de Assuntos Civis, Hussein al Sheikh.

"Esperamos a resposta dos israelenses e, se aprovarem, o Departamento de Negociações (da OLP) e outros grupos especializados formarão um comitê para iniciar discussões sobre as emendas", explicou o ministro.

Assinado em 29 de abril de 1994 em Paris, depois dos acordos de autonomia de Oslo (1993), este protocolo econômico sobre as relações econômicas entre Israel e OLP concede uma liberdade econômica limitada aos palestinos.

O pedido acontece em meio a um contexto social na Cisjordânia que alguns analistas consideram como a versão palestina da chamada "Primavera Árabe".

Em Nablus, a capital do norte da Cisjordânia, cerca de 200 manifestantes pediram no domingo a renúncia de Fayyad aos gritos de "a invasão (israelense) não nos deixou com fome, Fayyad sim".

Diante desses pedidos de renúncia, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, chegou, inclusive, a expressar seu apoio a Fayyad.

A Autoridade Palestina, que enfrenta dificuldades crônicas, atravessa, segundo vários ministros, sua pior crise financeira desde sua criação em 1994 por causa da manutenção das restrições israelenses e da diminuição da ajuda internacional, em particular dos países árabes.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira que seu governo está "atuando em várias frentes para ajudar a Autoridade Palestina com seus problemas econômicos".

"Fizemos várias mudanças nos acordos fiscais e estamos trabalhando para transferir certas somas de dinheiro à Autoridade", acrescentou.

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