Premiê italiano enfrenta crise e tenta se manter no cargo
Enrico Letta luta por seu futuro político diante das crescentes críticas de Renzi pelo ritmo lento das reformas econômicas
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 09h34.
Roma - O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, enfrenta na quinta-feira uma ala do seu próprio partido, o Democrático, numa crise que pode levar à sua substituição pelo dirigente partidário Matteo Renzi nos próximos dias.
Letta, um discreto moderado indicado para comandar um gabinete pluripartidário após as inconclusivas eleições de 2013, luta por seu futuro político diante das crescentes críticas de Renzi pelo ritmo lento das reformas econômicas.
Os 140 membros da cúpula do PD se reúnem às 15h (11h em Brasília) para decidirem se Letta tem apoio suficiente para permanecer na chefia do governo, que ocupa há menos de um ano.
A Itália, terceira maior economia da zona do euro, vive crises políticas recorrentes, e o novo episódio por enquanto não afetou os mercados financeiros - ao contrário do que ocorreu em impasses anteriores, como o que se seguiu à eleição de 2013.
Mas a contínua incerteza atrapalha qualquer tentativa radical de promover uma retomada do crescimento econômico. A Itália vive sua pior situação econômica desde o final da Segunda Guerra Mundial, e o desemprego é o maior desde a década de 1970.
Se Renzi conseguir depor Letta, como prevê a maioria dos analistas, ele será o terceiro premiê consecutivo a chegar ao cargo sem votos, depois do tecnocrata Mario Monti e de Letta, nomeado primeiro-ministro após semanas de infrutíferas discussões entre partidos rivais.
Renzi, um ambicioso político de 39 anos, ex-prefeito de Florença, não ocupa cargo parlamentar e nunca disputou uma eleição em nível nacional.
Ele chegou à cena política como uma promessa de renovação nas bizantinas tradições da política italiana, mas sua eventual ascensão à chefia de Estado, numa manobra de bastidores, lembra a "porta giratória" que caracterizou os governos democratas-cristãos do passado.
"Essa é uma operação perigosa por parte de Renzi, tanto para o país quanto para si mesmo", disse Giovanni Toti, assessor do ex-premiê direitista Silvio Berlusconi, à TV pública RAI.
"Ele deveria ser o forasteiro que iria renovar o PD. Agora, assim que se aproxima do poder, está se comportamento exatamente como todos os outros." (Reportagem de James Mackenzie)
Roma - O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, enfrenta na quinta-feira uma ala do seu próprio partido, o Democrático, numa crise que pode levar à sua substituição pelo dirigente partidário Matteo Renzi nos próximos dias.
Letta, um discreto moderado indicado para comandar um gabinete pluripartidário após as inconclusivas eleições de 2013, luta por seu futuro político diante das crescentes críticas de Renzi pelo ritmo lento das reformas econômicas.
Os 140 membros da cúpula do PD se reúnem às 15h (11h em Brasília) para decidirem se Letta tem apoio suficiente para permanecer na chefia do governo, que ocupa há menos de um ano.
A Itália, terceira maior economia da zona do euro, vive crises políticas recorrentes, e o novo episódio por enquanto não afetou os mercados financeiros - ao contrário do que ocorreu em impasses anteriores, como o que se seguiu à eleição de 2013.
Mas a contínua incerteza atrapalha qualquer tentativa radical de promover uma retomada do crescimento econômico. A Itália vive sua pior situação econômica desde o final da Segunda Guerra Mundial, e o desemprego é o maior desde a década de 1970.
Se Renzi conseguir depor Letta, como prevê a maioria dos analistas, ele será o terceiro premiê consecutivo a chegar ao cargo sem votos, depois do tecnocrata Mario Monti e de Letta, nomeado primeiro-ministro após semanas de infrutíferas discussões entre partidos rivais.
Renzi, um ambicioso político de 39 anos, ex-prefeito de Florença, não ocupa cargo parlamentar e nunca disputou uma eleição em nível nacional.
Ele chegou à cena política como uma promessa de renovação nas bizantinas tradições da política italiana, mas sua eventual ascensão à chefia de Estado, numa manobra de bastidores, lembra a "porta giratória" que caracterizou os governos democratas-cristãos do passado.
"Essa é uma operação perigosa por parte de Renzi, tanto para o país quanto para si mesmo", disse Giovanni Toti, assessor do ex-premiê direitista Silvio Berlusconi, à TV pública RAI.
"Ele deveria ser o forasteiro que iria renovar o PD. Agora, assim que se aproxima do poder, está se comportamento exatamente como todos os outros." (Reportagem de James Mackenzie)