Policiais venezuelanos observam protesto: Venezuela vive uma onda de protestos (Jorge Silva/Reuters)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2014 às 09h52.
Caracas - O Tribunal Superior de Justiça da Venezuela (TSJ) condenou nesta quarta-feira a dez meses e 15 dias de prisão o prefeito de San Diego, no estado de Valencia, o opositor Vicencio Scarano, por desacatar uma sentença que o obrigava a impedir a colocação de "guarimbas" (barricadas) de protesto contra o governo.
O TSJ informou através de seu site que foram decretadas punições contra Scarano e o chefe da polícia municipal, Salvatore Lucchese, "dez meses e 15 dias de prisão, mais os agravantes" por "desacato ao mandamento de liminar ditada pela sentença N° 136 do dia 12 de março".
"Além disso, Vicencio Scarano Spisso está destituído de suas funções no cargo de prefeito do município San Diego do estado de Carabobo", afirmou o tribunal em uma nota de imprensa.
O TSJ disse que "os dois cidadãos ficaram às ordens do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) e se estabeleceu como lugar de reclusão a sede do mencionado órgão situado em Caracas" até que se determine o lugar definitivo de cumprimento da sentença.
De acordo com a decisão judicial ditada no dia 12 de março, o prefeito Scarano e o policial Lucchese deveriam fazer a remoção imediata dos obstáculos que tivessem sido colocados nas vias do município.
Essa sentença acontece horas depois que o prefeito de San Cristóbal, o também opositor Daniel Ceballos, foi capturado por agentes de inteligência em cumprimento de uma ordem de um tribunal que o acusa de "rebelião civil" e "associação ilegal".
"O cidadão Daniel Ceballos já tem sua ordem de captura por rebelião civil e associação ilegal e foi praticada a captura pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin), que o tem agora sob controle para a respectiva apresentação perante o tribunal", disse o ministro do Interior, Miguel Rodríguez Torres.
"Decisão fascista contra nosso prefeito @ENZOSCARANO", escreveu o líder opositor Henrique Capriles no Twitter após tomar conhecimento da decisão contra Scarano e acusou o presidente Nicolás Maduro de jogar "gasolina no fogo".
"Ele, e somente ele, será o responsável pela situação que vier a se desenvolver no país, que todo o mundo saiba", declarou.
A Venezuela vive uma onda de protestos contra o governo de Nicolás Maduro desde o último dia 12 que desembocou em incidentes violentos com cerca de 30 mortes, centenas de feridos e mais de 1,5 mil detidos.