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"Precisamos agir rápido e juntos para salvar nosso país", diz Biden em discurso

A seis dias de assumir a presidência dos Estados Unidos, Joe Biden faz discurso para reforçar a necessidade de estímulos econômicos para melhorar, pouco a pouco, as consequências da pandemia para o país

Biden defendeu a necessidade de investimentos para salvar vidas e fazer a economia crescer (Getty Images/Getty Images)

Biden defendeu a necessidade de investimentos para salvar vidas e fazer a economia crescer (Getty Images/Getty Images)

KS

Karina Souza

Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 21h56.

Última atualização em 15 de janeiro de 2021 às 06h33.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um discurso na noite desta quinta-feira (14) reforçando a necessidade de que o pacote de estímulos econômicos de 1,9 trilhão de dólares, anunciado ontem, passe pelo Congresso e seja aprovado. Biden defende que, somente dessa forma, será possível fazer com que o país volte a crescer e salve vidas em meio à pandemia da covid-19.

Biden começou o discurso relembrando uma morte ocorrida no início da pandemia, há mais de 300 dias, em que pouco se sabia sobre a covid-19. Em seguida, traçou um paralelo com a dura situação atual, em que mais de 400 mil norte-americanos tiveram o mesmo destino por causa do novo coronavírus. Mais do que uma crise sanitária -- e de suas consequências para a rotina --, Biden relembrou que muitas pessoas perderam seus empregos e, agora, estão à beira de despejos ou da fome.

Ainda assim, o presidente lembrou que uma pequena parcela da população não viu essa crise de perto: Biden destacou que 1% da população teve crescimento de riqueza quatro vezes maior do que os demais 50%. Trouxe dados como o de que oito milhões de cidadãos ainda precisam de seguro-desemprego e que uma em cada cinco famílias formadas por negros ou por latinos sofre com a fome, problema que ele quer diminuir significativamente no país.

Para isso, Biden defende a união como um ponto central em todo o seu discurso. Para ele, esse é o ponto-chave na sua chegada ao Congresso, em que vai apresentar o plano de recuperação econômica, chamado Build Better. De acordo com o presidente, investimentos em energia limpa estão contemplados nesse pacote. Mas, mais do que isso, trata-se de uma estratégia para ajudar os mais necessitados economicamente.

Além da ajuda econômica, Biden também estabeleceu metas sanitárias para sua gestão. Afirmou que sua meta é a de ter 100 milhões de norte-americanos vacinados nos primeiros 100 dias de governo. "Sabemos que milhões de pessoas estão sendo vacinadas com segurança, mas houve um fracasso na distribuição, recentemente. Ter um volume tão grande de vacinados em tão pouco tempo será o principal desafio dessa nação, mas é extremamente necessário", afirmou.

Como consequência, o presidente eleito espera reabir escolas para crianças de 8 a 14 anos também ao fim dos cem dias. Novamente, atrelou a importância disso ao aspecto econômico do país, junto à ajuda a ser fornecida para pequenas e médias empresas.

"Só no último ano, 600 mil educadores perderam seus empregos em nossas cidades. Vamos fazer um plano para ajudar trabalhadores essenciais a manterem seus empregos, garantir que as vacinas sejam aplicadas e que as escolas possam ser reabertas", disse.

Tudo, é claro, depende da aprovação do pacote de estímulos anunciado. O presidente eleito definiu a necessidade de injetar 415 bilhões de dólares para reforçar a resposta ao vírus e a distribuição de vacinas contra a Covid-19, cerca de 1 trilhão de dólares em auxílio direto às famílias e cerca de 440 bilhões de dólares para pequenas empresas e comunidades particularmente atingidas pela pandemia. 

Vale lembrar que o Congresso tem discreta maioria democrata a partir deste ano -- o que dá vantagem a Biden, mas ainda abre espaço para que o presidente eleito precise conquistar grande parte dos republicanos para aprovar suas medidas.

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