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As belas praias da Califórnia podem sumir nas próximas décadas

Estado sentirá cada vez mais o duro impacto da mudança climática, com perda de terras destruídas por incêndios florestais e falta extrema de água

Incêndio na Califórnia em setembro de 2018: estado americano será duramente impactado pelos efeitos das mudanças climáticas (CALIFORNIA HIGHWAY PATROL/Reuters)

Incêndio na Califórnia em setembro de 2018: estado americano será duramente impactado pelos efeitos das mudanças climáticas (CALIFORNIA HIGHWAY PATROL/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 9 de setembro de 2018 às 12h37.

Última atualização em 9 de setembro de 2018 às 12h37.

A Califórnia pode perder até dois terços de suas praias até o final do século.

A quarta avaliação climática do governo estadual, divulgada nesta segunda-feira, detalha o impacto cada vez mais perigoso da mudança climática, incluindo aumento do nível do mar, temperaturas mais altas, perda de terras destruídas por incêndios florestais e falta extrema de água.

O relatório apresenta novos aspectos dos riscos enfrentados pelo Estado e atualiza projeções sobre o impacto da mudança climática. Sem medidas significativas para limitar as emissões de gases que causam o efeito estufa, a temperatura máxima do dia, usando uma média anual, subirá de 3,1 a 4,9 graus até 2100. O impacto será sentido muito antes disso.

A água vinda da reserva de neve do Estado pode diminuir em dois terços até 2050. A falta de água para a agricultura chegará a 16 por cento em algumas áreas, o que reduz a umidade do solo. Este verão já deu uma prévia do que acontece com florestas esturricadas pelo calor extremo. Comunidades com menos de 10.000 moradores tendem a sofrer desproporcionalmente com o encarecimento e escassez de água. A seca que atingiu o Estado entre 2012 e 2016 é considerada uma advertência meteorológica.

Com a mudança climática, florestas ficam mais vulneráveis a incêndios. Até 2100, pode haver um salto de 50 por cento nos incêndios florestais considerados extremos e aumento de 77 por cento na área média queimada, segundo o estudo. Conter incêndios e podar florestas ajudaria a reduzir os danos projetados.

Sistemas de infraestrutura de transporte de combustível enfrentarão ameaças maiores com o passar dos anos e décadas, de acordo com o relatório. Docas, terminais e refinarias correrão riscos maiores devido a enchentes e ao aumento do nível do mar. Estradas e ferrovias usadas para transporte de gasolina e petróleo também são mais vulneráveis a incêndios florestais.

A intensificação do uso de ar-condicionado aumentará a demanda por energia, especialmente no interior e na costa sul do Estado. A infraestrutura de energia na região do delta dos rios Sacramento e San Joaquin é suscetível no longo prazo à combinação de afundamento do solo e elevação do nível do mar. As barreiras existentes podem ficar aquém dos padrões federais na metade do século.

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