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Possível reeleição de Abe no Japão pode entrar para a história

ÀS SETE - O atual primeiro-ministro do país asiático pode se tornar o político que mais tempo permaneceu no posto depois da Segunda Guerra Mundial

Abe: as últimas pesquisas apontam que o Partido Liberal Democrata, de Abe, deve ocupar depois de domingo 300 das 465 cadeiras no parlamento (Toru Hanai/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2017 às 06h43.

Última atualização em 20 de outubro de 2017 às 10h10.

O Congresso do Partido Comunista Chinês é sem dúvida o grande evento da política asiática esta semana. Mas não há novidade por lá: os burocratas de Pequim reconduzirão Xi Jinping para mais cinco anos na presidência da segunda maior economia do planeta.

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Enquanto isso, do outro lado do estreito da Coreia, uma disputa mais renhida toma conta da terceira maior economia do planeta, o Japão . Os japoneses vão às urnas no domingo, e a pergunta que domina o cenário político é: Shinzo Abe vai fazer história? Tudo indica que sim.

É esperado que primeiro ministro japonês seja reeleito e se torne o político que mais tempo permaneceu no posto depois da Segunda Guerra Mundial. As últimas pesquisas apontam que o Partido Liberal Democrata, de Abe, deve ocupar depois de domingo 300 das 465 cadeiras no parlamento.

Para tanto, Abe se aproveitou de uma reviravolta em suas taxas de aprovação, que voltaram a 50%, depois que sua rejeição atingiu o mínimo no meio do ano, quando apenas 30% dos japoneses aprovavam o governo.

Com o bom momento, Abe convocou eleições gerais para este domingo em setembro. Durante a campanha, o primeiro ministro focou nos principais problemas atuais do país para ganhar popularidade, como as tensões com a Coreia do Norte e a crise econômica, afetada pela deflação que há anos assombra o Japão e impede o crescimento do PIB.

Com a oposição abatida e desarticulada, o principal concorrente, que seria o Partido Democrata, passou por uma crise de representatividade em julho e ruiu em setembro. Alguns dos membros do partido agora concorrem como independentes ou como membros do Partido Constitucional Democrata, de centro esquerda, formado apenas no início de outubro.

O principal concorrente agora é o Partido da Esperança, fundado em setembro, e que tem uma pauta muito próxima do conservadorismo de Abe. A líder do partido, Yuriko Koike, atual governadora de Tóquio, é bastante popular e é quem efetivamente ameaça a candidatura de Abe.

Abe viu sua força encolher quando passou a apoiar pautas polêmicas ao eleitorado médio, como o retorno das força armadas, que, excetuando questões defensivas, estão proibidas no Japão desde o final da Segunda Guerra; ou como a defesa pela energia nuclear — uma pauta que entrou em queda no país depois dos vazamentos da usina de Fukushima. Ao seu lado, há o fato de que os japoneses não confiam em novatos na política para lidar com a ameaça norte-coreana.

Em junho, a primeira ministra da Inglaterra, Theresa May, tentou se aproveitar de sua popularidade para convocar eleições e aumentar sua parcela de representatividade no parlamento.

O resultado nós sabemos: o tiro saiu pela culatra e May teve que negociar apoio para continuar no cargo, além de agora enfrentar sérios problemas para aprovar pautas como o Brexit. O tiro de Abe parece certeiro. A ver se ele acerta o alvo no domingo.

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