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Portugal: produtividade é a chave para lidar com envelhecimento da população

CEO da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em Lisboa, Helena Bento avalia como a economia portuguesa pode sair da estagnação

Helena Bento: CEO da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em Lisboa. (UM BRASIL/Divulgação)
UM BRASIL

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Publicado em 17 de junho de 2023 às 08h01.

Cada vez mais perto de completar meio século de convivência com a democracia e com a liberdade, a população portuguesa tem muitos avanços para comemorar, ao mesmo tempo que precisa buscar respostas a dilemas nevrálgicos para que as garantias democráticas se perpetuem. O reflexo social de um baixo crescimento econômico é um deles.

“Portugal é um país pequeno, periférico do ponto de vista da Europa, que, nos últimos 20 anos, tem uma economia relativamente estagnada com crescimentos muito ‘magros’. Nascem cada vez menos pessoas e, até 2050, mais de 1 milhão deve sair da força de trabalho. Haverá menos trabalhadores e teremos de ser mais produtivos, caso contrário, não conseguiremos sustentar o sistema de seguridade social”, alerta Helena Bento, diretora-geral da Fundação Francisco Manoel dos Santos, uma das mais bem-conceituadas instituições de estudos e pesquisa de Portugal.

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Na entrevista para a série Conexão Brasil–Portugal, do Canal UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, Helena pondera que, se não houver mais produtividade e geração de riqueza em Portugal nas próximas décadas, dificilmente será possível resolver os problemas que a nação tem hoje, como a fuga de talentos, pobreza e crise de habitação.

“Muitos jovens portugueses formados optam por sair do país, porque não conseguem ter acesso à habitação ou o nível salarial que esperavam para construir uma vida aqui. Temos ainda a questão da taxa da pobreza nacional que, há 20 anos, gira em torno de 20%. O progresso nesse tempo tem sido muito limitado.”

Cidadãos bem-informados

Na entrevista, a diretora ainda fala sobre os estudos da fundação em torno da qualidade da democracia portuguesa, bem como sobre as áreas cuja evolução ocorreu no mesmo ritmo de outros países e aquelas que houve atraso. Ela pontua que, a partir dos extratos dos estudos, é fundamental que essas informações sejam acessíveis e de fácil entendimento por toda a população, em nome da defesa das instituições.

“A democracia é um bom sistema, mas sempre tem a ver com confiança dos cidadãos nas instituições. Se isso, de alguma forma, é minado, as democracias ficam em risco. Então, contribuímos para termos cidadãos mais informados, pois, assim, temos melhores instituições”, declara. Para tanto, o rigor acadêmico em torno de estudos longos precisa ser “traduzido”, de forma a alcançar capacidades distintas de entendimento.

“Por exemplo: nós queremos falar muito com os jovens, pois eles terão um papel crítico na mudança no país. Nós criamos um podcast para falar sobre questões ‘impertinentes’, em que um comunicador experiente fala com algum especialista, com perguntas que qualquer cidadão comum tem sobre determinado tema. Uma conversa descomplicada para mostrar que é possível ter um diálogo sobre um tema que alguém possa achar distante — e torná-lo interessante”, argumenta.

Veja a entrevista completa

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