Mundo

Porta-aviões se junta à operação dos EUA contra o narcotráfico na América Latina

Pentágono confirmou a movimentação, mas não divulgou a localização exata do navio

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 11 de novembro de 2025 às 17h09.

Tudo sobreEstados Unidos (EUA)
Saiba mais

O USS Gerald Ford, maior porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos, chegou nesta terça-feira, 11, à região da América Latina, segundo informou a agência Reuters.

A embarcação integra a área de operações do Comando Sul das Forças Armadas norte-americanas, que abrange o Caribe e os mares ao sul da Argentina. O Pentágono confirmou a movimentação, mas não divulgou a localização exata do navio.

Com capacidade para transportar dezenas de aviões de combate, o Gerald Ford costuma operar com uma frota de apoio. De acordo com o porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, Sean Parnell, o objetivo da operação é "reforçar a capacidade dos Estados Unidos para detectar, vigiar e desarticular os atores e atividades ilícitas que comprometem a segurança e a prosperidade do território americano e nossa segurança no hemisfério ocidental".

Reação da Venezuela

A movimentação ocorre no mesmo dia em que o governo da Venezuela anunciou a mobilização das suas forças armadas. Em comunicado, o Ministério da Defesa venezuelano afirmou ter colocado os efetivos em "prontidão operacional completa", incluindo forças terrestres, navais, aéreas, fluviais, de mísseis, além da Milícia Bolivariana. "A Venezuela deve saber que tem um país resguardado, protegido, defendido", declarou o ministro Vladimir Padrino, que se referiu aos militares americanos como "mercenários".

O Gerald Ford se junta a outras embarcações, aeronaves e tropas dos EUA posicionadas no Caribe e em Porto Rico, onde o governo americano reativou uma base desativada havia 23 anos. Segundo reportagens da imprensa americana, desde o agravamento da crise entre os dois países, já ocorreram pelo menos quatro missões com bombardeiros na costa da Venezuela, além de ataques a embarcações atribuídas a redes de tráfico de drogas, ações que resultaram em 75 mortes desde setembro.

Autoridades do governo dos EUA, sob anonimato, indicaram à imprensa local que diferentes opções estão sendo avaliadas para lidar com o regime de Nicolás Maduro, incluindo ações diretas sobre instalações de produção de petróleo e estruturas militares.

Repercussão global

O governo dos EUA acusa Maduro de chefiar uma organização ligada ao tráfico internacional de drogas, o que é negado pelo governo venezuelano.

Em resposta, Maduro tem alternado entre declarações que pedem diálogo com os Estados Unidos e apelos a países aliados, como Rússia, China e Irã. Na sexta-feira, 7, a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, afirmou que Moscou está "pronta para atender os apelos da Venezuela por ajuda", sem detalhar como isso se daria em caso de escalada militar.

Acompanhe tudo sobre:VenezuelaEstados Unidos (EUA)América Latina

Mais de Mundo

Alerta de Trump e o temor das companhias aéreas: é seguro voar na Venezuela?

Governo Trump restringe vistos de trabalho para imigrantes

Eduardo Bolsonaro se encontra com Netanyahu em Israel

Por que Putin decidiu visitar a Índia enquanto negocia com os EUA