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Por que a Europa está batendo novos recordes de casos de covid?

Na Alemanha, 40 mil pessoas são infectadas apenas nesta quarta, dia 10, maior número desde o início da pandemia, e médicos alertam para emergência; Rússia estuda suspender atividades presenciais

Mercado na Alemanha: país registra maior número de casos desde o início da pandemia (Photo by Stefan Puchner/picture alliance via/Getty Images)

Mercado na Alemanha: país registra maior número de casos desde o início da pandemia (Photo by Stefan Puchner/picture alliance via/Getty Images)

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Carla Aranha

Publicado em 10 de novembro de 2021 às 15h39.

Última atualização em 29 de novembro de 2021 às 17h01.

A Europa vive novamente um momento de forte preocupação com a covid-19, com o aumento do número de casos em países como a Alemanha, Rússia, Hungria, Eslováquia e República Checa. Nesta quarta, dia 10, a Rússia bateu um novo recorde de infecções e mortes: nas últimas 24 horas, foram registrados 1.239 óbitos por complicações causadas pelo coronavírus. Com isso, o número oficial de mortos pela doença já chega a 250.454.

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As causas do aumento no número de casos ainda não estão claras. De qualquer forma, a nova onda da pandemia parece ter atingido com mais força os países que caminharam menos na vacinação. Na Rússia, apenas 34% da população está totalmente vacinada -- ao mesmo tempo, medidas restritivas foram flexibilizadas. Agora, o país faz um balanço de um novo conjunto de estratégias para conter a disseminação do vírus.

O presidente Vladimir Putin decretou um recesso nacional de uma semana, entre os dias 30 de outubro e 7 de novembro, para segurar as pessoas em casa – vários estados pretendem estender a suspensão das atividades presenciais em um esforço para conter o avanço da doença.

Na Alemanha, a situação também é preocupante. “Temos uma emergência real agora”, disse nesta quarta Christian Drosten, diretor de virologia do hospital Charite, de Berlim. “Precisamos fazer alguma coisa rapidamente”. O país registrou hoje quase 40.000 casos de covid, o maior número desde o início da pandemia. Os médicos têm alertado que, caso não se faça nada, 100.000 pessoas poderão morrer em função da covid.

Cerca de 16 milhões de residentes com mais de 12 anos de idade ainda não receberam as duas doses da vacina – não faltam casos também de pessoas que se recusam a receber o imunizante. O governo alemão vem dizendo que dificilmente conseguirá convencer essas pessoas a mudar de ideia.

Novos lockdowns para conter o avanço da doença não estão descartados.

Em outros países europeus, como a Hungria e Eslováquia, os casos também têm se multiplicado, com mais de 7.000 novos registros diários. Nesta quarta, foram detectados 8.434 casos na Hungria, o maior número desde abril e o dobro da semana passada.

Nos últimos dias, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que a Europa está novamente no epicentro da pandemia.

O ritmo da vacinação diminuiu no continente nos últimos meses. Na Alemanha, 34% da população ainda não foi imunizada. No Leste Europeu, essas taxas são ainda maiores.

Na visão da OMS, a flexibilização de medidas de saúde pública para conter a covid é o principal vilão do rebote da pandemia. “Outro problema é que muita gente começou a pensar que a covid estava superada”, disse o epidemiologista Jonathan Van-Tam, do Ministério da Saúde britânico.

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