Mundo

Por corrupção, Irã condena à morte bilionário Babak Zanjani

Zanjani era líder de um império empresarial com sede em Dubai, avaliado em US$ 14 bilhões antes de sua prisão


	Irã: Zanjani era líder de um império empresarial com sede em Dubai, avaliado em US$ 14 bilhões antes de sua prisão
 (Reuters)

Irã: Zanjani era líder de um império empresarial com sede em Dubai, avaliado em US$ 14 bilhões antes de sua prisão (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2016 às 11h58.

Teerã - Um dos homens mais ricos do I, Babak Zanjani foi condenado à morte neste domingo pela Justiça do país acusado por corrupção, lavagem de dinheiro e fraude.

O porta-voz do Judiciário do Irã, Gholam-Hussein Mohseni-Ejei, foi o encarregado de divulgar a sentença contra o empresário, considerado culpado pelo crime de "corruptor da terra", acusação para qual a jurisprudência islâmica prevê a pena de morte, punição aplicada "aos que contribuem para expandir a corrupção no mundo e para desviar a sociedade de sua natureza".

Outros dois sócios do bilionário, preso em dezembro de 2013 e uma das figuras mais destacadas da economia do Irã, também receberam a mesma pena. A sentença põe fim a um julgamento que despertou grande interesse nacional e que teve uma incomum cobertura da mídia.

Zanjani era líder de um império empresarial com sede em Dubai, avaliado em US$ 14 bilhões antes de sua prisão, que abrangia setores como o de cosmética, serviços financeiros e bancários, turismo, infraestruturas, construção civil, tecnologia de informação, supermercados, extração petrolífera e mercado imobiliário.

Além disso, o empresário possuía seu próprio banco, várias companhias aéreas, um time de futebol (Rah Ahan, do Irã), uma companhia de ônibus e uma frota de táxis no Tadjiquistão, país onde mantinha grande parte de seus negócios.

Zanjani era um dos empresários mais próximos ao governo do ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad (2005-2013) e foi responsável por várias operações de venda de petróleo iraniano ao exterior, burlando as sanções internacionais impostas ao país.

Pelas violações, Zanjani foi punido pela União Europeia (UE) e pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, que congelou suas contas no exterior. Ele, porém, se vangloriava das ações e dizia que, sem ele, o Irã não teria exportado um único barril de petróleo.

No entanto, e de forma paralela à queda de Ahmadinejad após seu confronto com o líder supremo do país, Ali Khamenei, várias autoridades e personalidades iranianas começaram a denunciar os atos de corrupção que o empresário se envolveu.

A prisão de Zanjani ocorreu depois que vários deputados "principalistas", o grupo ultraconservador que defende as posturas adotadas por Khamenei, pedissem sua condenação por corrupção.

De acordo com as denúncias, o empresário teria ficado com parte do dinheiro da venda do petróleo iraniano durante o período das sanções internacionais. O montante teria sido lavado por uma de suas empresas financeiras.

Zanjani ainda pode recorrer da sentença, a última de uma série de condenações contra empresários, banqueiros e políticos ligados a Ahmadinejad por casos de corrupção que vieram à tona desde que o ex-presidente deixou o poder.

O ex-vice-presidente do Irã Mohamed Reza Rahimi foi um dos que acabou condenado por corrupção, acusado, entre outras coisas, de ter mantido negócios com Zanjani.

Além dele, outras 32 pessoas foram condenadas, quatro delas à morte, pelo desvio de US$ 2,6 bilhões de bancos públicos e privados do Irã, em outro caso que surgiu no fim do governo de Ahmadinejad.

O Irã é um dos países do mundo com o maior número de execuções judiciais, quase todas elas vinculadas ao tráfico de drogas, de acordo com organizações defensoras dos direitos humanos. EFE

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaIrã - PaísMortesPena de morte

Mais de Mundo

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal

Milei insiste em flexibilizar Mercosul para permitir acordos comerciais com outros países

Trump escolhe Stephen Miran para chefiar seu conselho de assessores econômicos