Mundo

Popularidade de Macron tem mais uma queda expressiva

Em um mês, o presidente mais jovem da história da França, de 39 anos, perdeu sete pontos de popularidade, segundo uma pesquisa do instituto YouGov

Macron: a queda abrupta é inédita desde a instauração da Quinta República (1958) (Sean Gallup/Getty Images)

Macron: a queda abrupta é inédita desde a instauração da Quinta República (1958) (Sean Gallup/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 3 de agosto de 2017 às 12h18.

O nível de popularidade do presidente francês, Emmanuel Macron, está em queda livre. Três meses depois de sua vitória eleitoral, apenas 36% dos franceses estão satisfeitos com a sua administração, segundo uma pesquisa do instituto YouGov.

Em um mês, o presidente mais jovem da história da França, de 39 anos, perdeu sete pontos de popularidade, de acordo com o YouGov, 10 pontos segundo o Ifop e 8 pelo instituto Harris Interactive.

A queda abrupta é inédita desde a instauração da Quinta República (1958), com exceção do presidente conservador Jacques Chirac, eleito em 1995.

Até mesmo o antecessor de Macron, o socialista François Hollande, que concluiu seu mandato em maio como o presidente mais impopular das últimas décadas, teve uma queda menos expressiva em três meses de mandato (julho de 2012), quando registrava 56% de popularidade, segundo o Ifop.

O cientista político Jérôme Fourquet, do Ifop, afirma que a queda tem vários motivos.

"É o resultado de descontentamentos e diversas reclamações que emanam de categorias muito diferentes da população", explica.

Entre as medidas que pesaram contra o presidente estão o anúncio de um plano de cortes para sanear as contas públicas, os planos para aumentar o imposto conhecido como "Contribuição Social Generalizada" para a Previdência Social e a intenção de reduzir as ajudas ao setor da habitação.

Fourquet acredita que a imagem de Macron também foi afetada pela disputa com o comandante do Estado-Maior da França, o general Pierre de Villiers, por cortes na área de Defesa, que provocaram a renúncia do militar. Muitos franceses, destaca o cientista político, consideraram a situação um "excesso de autoritarismo".

Além disso, o eleitorado de esquerda também ficou incomodado com a recepção com grande pompa dos presidentes russo Vladimir Putin e americano Donald Trump.

Fourquet considera que parte dos franceses começa a ver Macron como um "grande sedutor" e um "extraordinário comunicador" para ocultar uma política de austeridade.

Emmanuel Macron, um centrista pró-europeu, foi eleito presidente da França no dia 7 de maio com 66% dos votos, ao derrotar no segundo turno a candidata de extrema-direita Marine Le Pen.

Acompanhe tudo sobre:Crise políticaEleiçõesEmmanuel MacronFrança

Mais de Mundo

Violência após eleição presidencial deixa mais de 20 mortos em Moçambique

38 pessoas morreram em queda de avião no Azerbaijão, diz autoridade do Cazaquistão

Desi Bouterse, ex-ditador do Suriname e foragido da justiça, morre aos 79 anos

Petro anuncia aumento de 9,54% no salário mínimo na Colômbia