Mundo

Policiais e manifestantes voltam a se enfrentar em Istambul

Protestos contra Executivo turco começaram depois do despejo forçado de um acampamento pacífico no parque Gezi, que governo quer transformar em centro comercial

Os protestos em Istambul continuaram de maneira mais pacífica na manhã desta segunda-feira, como mostra a imagem (Stoyan Nenov / Reuters)

Os protestos em Istambul continuaram de maneira mais pacífica na manhã desta segunda-feira, como mostra a imagem (Stoyan Nenov / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2013 às 18h18.

Istambul - A polícia turca e os manifestantes que protestam contra o governo começaram a se enfrentar novamente nesta segunda-feira em Istambul, no quarto dia de protestos violentos, confirmaram à Agência Efe várias testemunhas.

Após um dia de relativa calma durante o qual milhares de cidadãos se reuniram na simbólica praça Taksim, desde sábado ocupada por manifestantes e rodeada por barricadas, manifestantes e policiais voltaram a enfrentar-se ao entardecer no próximo bairro de Besiktas.

Um morador do bairro disse à Efe por telefone que a polícia transferiu à área vários furgões com unidades antidistúrbios e foram registrados os primeiros lançamentos de gás lacrimogêneo, ao mesmo tempo em que seguem chegando manifestantes no local e começam outros panelaços em vários bairros da cidade.

Como em noites anteriores, a confusão era enorme e inclusive o parque Gezi, onde horas antes ocorreram bailes, assembleias e até mesmo uma oficina de ioga, foi afetado pelo pânico graças aos efeitos do gás lacrimogêneo.

Os protestos contra o Executivo turco começaram depois do despejo forçado de um acampamento pacífico no parque Gezi, um dos últimos espaços verdes do centro da cidade, que o governo quer transformar em um centro comercial.

A próxima praça de Taksim está há dois dias rodeada de veículos policiais queimados, ônibus cruzados e barreiras erguidas com materiais de construção e mobília urbana.

Até o momento, a polícia não tentou recuperar o recinto, embora sua presença em massa a menos de um quilômetro faça os manifestantes temerem que o ataque seja iminente.

Todos lembram a violenta intervenção policial de ontem à noite em Ancara, onde os agentes policiais desalojaram 10 mil pessoas da praça de Kizilay, detiveram 500 pessoas e deixaram vários feridos, entre eles um jovem que entrou em coma provavelmente irreversível.

Nesta madrugada, outro jovem de 19 anos morreu em Ümraniye, um bairro do lado asiático de Istambul, atropelado por um veículo particular ao tentar montar uma barricada.

Além disso, um professor e um estudante de Istambul perderam um olho, o primeiro pelo impacto de uma granada de gás e o segundo por uma bala de borracha, segundo o jornal ""Radikal"".

Hoje a polícia voltou a intervir em Ancara para despejar cerca de três mil estudantes do ensino médio reunidos de novo na praça de Kizilay.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEuropaOposição políticaPolítica no BrasilProtestosTurquia

Mais de Mundo

Dados sobre cachorros de Milei são protegidos por limites de acesso à informação na Argentina

Parentes de reféns do Hamas em Gaza foram presos durante discurso de Netanyahu no Congresso dos EUA

Candidato opositor venezuelano lamenta decisão do TSE de suspender missão à Venezuela

Diretor do FBI questiona se Trump foi atingido por bala ou estilhaço

Mais na Exame