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Polícia ucraniana lança ataque contra manifestantes

Polícia lançou ataque contra barricadas erguidas pelos manifestantes no centro de Kiev, no quarto dia de violentos confrontos, que deixaram ao menos dois mortos

Manifestantes se protegem atrás dos destroços de um ônibus: polícia antidistúrbios lançou uma ofensiva na rua Grushevsky, perto da sede do governo (Sergei Supinsky/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de janeiro de 2014 às 12h26.

Kiev - A polícia ucraniana lançou um ataque, na manhã desta quarta-feira, contra as barricadas erguidas pelos manifestantes no centro de Kiev, no quarto dia de violentos confrontos, que deixaram ao menos dois mortos.

Por volta das 06h00 da manhã (hora local), a polícia antidistúrbios lançou uma ofensiva na rua Grushevsky, perto da sede do governo e do Parlamento, palco desde domingo de confrontos sem precedentes na capital ucraniana.

Os manifestantes reagiram lançando coquetéis molotov e pedras contra as forças de ordem, que respondiam com balas de borracha e bombas de efeito moral.

As forças de segurança mobilizaram pela primeira vez nesta quarta-feira um tanque na direção dos manifestantes, muitos dos quais foram presos.

O veículo de transporte de tropas blindadas avançou pela rua Grushevski, atravessando o que até esta manhã eram as barricadas dos manifestantes, segundo imagens da televisão.

Este ataque coincide com o anúncio na manhã desta quarta-feira das primeiras duas vítimas diretas dos confrontos entre a polícia e os manifestantes.

A procuradoria geral indicou que o corpo de um homem com tiros na cabeça e no peito foi encontrado nesta quarta-feira em uma biblioteca, utilizada pelos manifestantes como enfermaria.

Pouco depois, o corpo de outro homem ferido por bala foi encontrado, acrescentou a mesma fonte.

Membros do serviço médico improvisado da oposição haviam anunciado pouco antes a morte de um manifestante, afirmando que foi abatido pelas forças de ordem.

No entanto, nem o ministério do Interior, nem a procuradoria indicaram quem eram os responsáveis pela morte destas duas pessoas.

Já a oposição afirmou que um terceiro manifestante morreu na véspera depois de ter caído no domingo de uma altura de mais de dez metros de um edifício próximo ao local dos confrontos. Segundo a oposição, o jovem morreu quando a polícia subiu até o telhado do imóvel, a partir do qual os manifestantes lançavam coquetéis molotov e atiravam.


Esta informação não foi confirmada por fontes oficiais.

Desde domingo, a situação é muito tensa em Kiev, onde os manifestantes e a polícia se enfrentam sem interrupção com coquetéis molotov, balas de borracha e bombas de efeito moral.

Segundo o ministério do Interior, antes do ataque desta quarta-feira ao menos 200 pessoas haviam ficado feridas.

Fontes médicas informaram que a mão de um ferido foi amputada e que vários outros ficaram cegos.

Um ativista e blogueiro da oposição, Igor Lutsenko, disse ter sido sequestrado por desconhecidos que o mantiveram cativo por 15 horas, antes de libertá-lo em uma floresta.

Em resposta ao uso da força contra os manifestantes em Kiev, os Estados Unidos decidiram revogar os vistos de vários ucranianos, indicou nesta quarta-feira a embaixada americana.

"Estamos contemplando outras medidas contra os responsáveis pela violência atual", indicou a embaixada em um comunicado, sem informar a identidade ou os cargos destas pessoas.

Já a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, "condenou com a maior firmeza a escalada violenta dos acontecimentos em Kiev" e pediu "o fim imediato de todos os atos de violência".

Os Estados Unidos e a União Europeia acusam o governo da Ucrânia de ter provocado a escalada da violência ao adotar leis repressivas.

Pelo contrário, as autoridades ucranianas receberam o apoio de Moscou, que denunciou as ingerências estrangeiras nos assuntos da Ucrânia e tachou a oposição de extremista porque viola a Constituição.

"O poder legítimo na Ucrânia tem que enfrentar ingerências estrangeiras", declarou o vice-ministro das Relações Exteriores, Grigori Karasin, citado pela agência Interfax. "A parte extremista da oposição viola descaradamente a Constituição do país", acrescentou.

Os protestos começaram na Ucrânia quando o presidente Viktor Yanukovytch se negou a assinar um acordo de associação com a União Europeia e optou por uma aproximação com a Rússia.

Yanukovych, que se reuniu nesta quarta-feira com três líderes opositores, promulgou na sexta-feira as controversas leis que estabelecem novas sanções contra os manifestantes, apesar das advertências ocidentais e das ameaças de sanções.

Os textos aprovados pelo Parlamento ucraniano preveem penas de prisão de 15 dias pela instalação não autorizada de barracas em locais públicos, e de até cinco anos de prisão para as pessoas que bloquearem os edifícios oficiais.

Outro texto obriga as ONGs que têm financiamento ocidental a se registrarem oficialmente como "agentes do estrangeiro", uma denominação estabelecida na legislação russa em 2012 após uma onda de protestos contra o presidente Vladimir Putin.

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Kiev - A polícia ucraniana lançou um ataque, na manhã desta quarta-feira, contra as barricadas erguidas pelos manifestantes no centro de Kiev, no quarto dia de violentos confrontos, que deixaram ao menos dois mortos.

Por volta das 06h00 da manhã (hora local), a polícia antidistúrbios lançou uma ofensiva na rua Grushevsky, perto da sede do governo e do Parlamento, palco desde domingo de confrontos sem precedentes na capital ucraniana.

Os manifestantes reagiram lançando coquetéis molotov e pedras contra as forças de ordem, que respondiam com balas de borracha e bombas de efeito moral.

As forças de segurança mobilizaram pela primeira vez nesta quarta-feira um tanque na direção dos manifestantes, muitos dos quais foram presos.

O veículo de transporte de tropas blindadas avançou pela rua Grushevski, atravessando o que até esta manhã eram as barricadas dos manifestantes, segundo imagens da televisão.

Este ataque coincide com o anúncio na manhã desta quarta-feira das primeiras duas vítimas diretas dos confrontos entre a polícia e os manifestantes.

A procuradoria geral indicou que o corpo de um homem com tiros na cabeça e no peito foi encontrado nesta quarta-feira em uma biblioteca, utilizada pelos manifestantes como enfermaria.

Pouco depois, o corpo de outro homem ferido por bala foi encontrado, acrescentou a mesma fonte.

Membros do serviço médico improvisado da oposição haviam anunciado pouco antes a morte de um manifestante, afirmando que foi abatido pelas forças de ordem.

No entanto, nem o ministério do Interior, nem a procuradoria indicaram quem eram os responsáveis pela morte destas duas pessoas.

Já a oposição afirmou que um terceiro manifestante morreu na véspera depois de ter caído no domingo de uma altura de mais de dez metros de um edifício próximo ao local dos confrontos. Segundo a oposição, o jovem morreu quando a polícia subiu até o telhado do imóvel, a partir do qual os manifestantes lançavam coquetéis molotov e atiravam.


Esta informação não foi confirmada por fontes oficiais.

Desde domingo, a situação é muito tensa em Kiev, onde os manifestantes e a polícia se enfrentam sem interrupção com coquetéis molotov, balas de borracha e bombas de efeito moral.

Segundo o ministério do Interior, antes do ataque desta quarta-feira ao menos 200 pessoas haviam ficado feridas.

Fontes médicas informaram que a mão de um ferido foi amputada e que vários outros ficaram cegos.

Um ativista e blogueiro da oposição, Igor Lutsenko, disse ter sido sequestrado por desconhecidos que o mantiveram cativo por 15 horas, antes de libertá-lo em uma floresta.

Em resposta ao uso da força contra os manifestantes em Kiev, os Estados Unidos decidiram revogar os vistos de vários ucranianos, indicou nesta quarta-feira a embaixada americana.

"Estamos contemplando outras medidas contra os responsáveis pela violência atual", indicou a embaixada em um comunicado, sem informar a identidade ou os cargos destas pessoas.

Já a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, "condenou com a maior firmeza a escalada violenta dos acontecimentos em Kiev" e pediu "o fim imediato de todos os atos de violência".

Os Estados Unidos e a União Europeia acusam o governo da Ucrânia de ter provocado a escalada da violência ao adotar leis repressivas.

Pelo contrário, as autoridades ucranianas receberam o apoio de Moscou, que denunciou as ingerências estrangeiras nos assuntos da Ucrânia e tachou a oposição de extremista porque viola a Constituição.

"O poder legítimo na Ucrânia tem que enfrentar ingerências estrangeiras", declarou o vice-ministro das Relações Exteriores, Grigori Karasin, citado pela agência Interfax. "A parte extremista da oposição viola descaradamente a Constituição do país", acrescentou.

Os protestos começaram na Ucrânia quando o presidente Viktor Yanukovytch se negou a assinar um acordo de associação com a União Europeia e optou por uma aproximação com a Rússia.

Yanukovych, que se reuniu nesta quarta-feira com três líderes opositores, promulgou na sexta-feira as controversas leis que estabelecem novas sanções contra os manifestantes, apesar das advertências ocidentais e das ameaças de sanções.

Os textos aprovados pelo Parlamento ucraniano preveem penas de prisão de 15 dias pela instalação não autorizada de barracas em locais públicos, e de até cinco anos de prisão para as pessoas que bloquearem os edifícios oficiais.

Outro texto obriga as ONGs que têm financiamento ocidental a se registrarem oficialmente como "agentes do estrangeiro", uma denominação estabelecida na legislação russa em 2012 após uma onda de protestos contra o presidente Vladimir Putin.

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