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Polícia tenta determinar o motivo do atropelamento no Canadá

Segundo a imprensa canadense, o motorista da van irá se apresentar ao tribunal nesta terça-feira

Toronto: a polícia não conseguiu identificar nenhum vínculo com terrorismo (Saul Porto/Reuters)

Toronto: a polícia não conseguiu identificar nenhum vínculo com terrorismo (Saul Porto/Reuters)

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AFP

Publicado em 24 de abril de 2018 às 09h51.

A polícia canadense buscava nesta terça-feira determinar os motivos que levaram um homem a atropelar pedestres com sua van de forma deliberada causando a morte de dez pessoas em Toronto.

O motorista do veículo, que foi preso, se apresenta nesta terça-feira ante o tribunal, segundo a imprensa canadense.

A polícia disse que o episódio, ocorrido no início da tarde de segunda-feira, parece ter sido uma ação deliberada, embora ainda não tenha estabelecido um vínculo com o terrorismo.

O atropelamento múltiplo aconteceu a cerca de 16 km de onde era realizada uma reunião dos chanceleres do Grupo dos Sete (G7), mas fontes estatais asseguraram que não há evidências de que o incidente tenha relação com o evento.

A chanceler do Canadá, Chrystia Freeland, afirmou que a reunião doG7 continuará nesta terça como planejado.

 "Claramente deliberado"

"Este ato parece claramente deliberado", declarou o chefe de polícia da maior cidade do Canadá, Mark Saunders.

O ministro da Segurança Pública, Ralph Goodale, afirmou que, por ora, a ação não parece estar relacionada com a segurança nacional.

"Dia horrível em Toronto", postou no Twiiter.

A Polícia identificou o motorista como Alex Minassian, um jovem de 25 anos, originário do subúrbio de Richmond Hills, ao norte da cidade.

Minassian confrontou um oficial da polícia, mas acabou baixando sua arma e foi detido sem maiores violências.

Quinze pessoas permanecem internadas em hospitais da cidade, informou Saunders, acrescentando que agentes locais e federais participam das investigações.

Dois sul-coreanos figuram entre os dez falecidos e um entre os feridos, segundo informou a chancelaria de Seul.

"Com muita tristeza soube desta ataque trágico e sem sentido que ocorreu esta tarde em Toronto", declarou o primeiro-ministro Justin Trudeau na noite de segunda.

Muito rápido

Por volta das 13H30, hora local, de segunda-feira, a polícia foi alertada que uma van branca havia sido jogada contra os pedestres da rua Yonge, em uma hora de grande afluência principalmente por causa da primavera.

O motorista foi detido 26 minutos depois, após deixar um rastro sangue ao longo de um quilômetro na rua Yonge, uma das mais frequentadas da cidade.

A van de aluguel ficou com a carroceria frontal amassada e foi detida na calçada da via principal da cidade, após ter sido cercada por veículos policiais.

"Foi tudo muito rápido", declarou uma testemunha, Alex Shaker, à cadeia de televisão CTV.

"Tudo que pude ver foram pessoas uma por uma sendo atropeladas", acrescentou.

"Ele se jogou contra tudo. Destruiu um banco. Qualquer coisa que estivesse na rua, teria sido atingido", contou, por sua vez, Jamie Eopni, outra testemunha da tragédia.

Sem vínculo terrorista

Apesar de aparentemente não possuir vínculos com o terrorismo, o episódio lembra o modus operandi dos ataques com veículos em grandes cidades como Nova York, Barcelona, ​​Londres, Nice, Paris, Berlim e Estocolmo, onde radicais transformaram carros e vans em armas, ao atropelarem pedestres, levando-os à morte.

No entanto, a polícia ainda não esclareceu as motivações do motorista de Toronto.

O Canadá não costuma se alvo de ataques terroristas, mas registra alguns episódios do tipo em seu território.

Em outubro do anopassado, um homem esfaqueou um policial antes de atropelar e ferir quatro pedestres com uma van em Edmonton, no oeste do Canadá.

Em Quebec, em outubro de 2014, um canadense atropelou dois militares em um estacionamento, matando um deles. Depois disso, o motorista foi abatido pela polícia depois de tentar atacá-los com uma faca.

Este ataque aconteceu dois dias antes do realizado no Parlamento de Ottawa, quando um homem de 23 anos morreu após disparar e matar um soldado.

Em março de 2016, um radical islamita canadense atacou dois soldados em um centro de recrutamento em Toronto.

 

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