Polícia prende sete membros da nova geração de mafiosos italianos
Entre os detidos estão dois descendentes de líderes históricos da Cosa Nostra
AFP
Publicado em 22 de janeiro de 2019 às 12h57.
Última atualização em 22 de janeiro de 2019 às 14h07.
A polícia italiana desferiu um duro golpe à nova geração de chefões da máfia siciliana que tenta se reorganizar, prendendo sete pessoas, incluindo dois descendentes de líderes históricos - informou o Ministério da Justiça em nota divulgada nesta terça-feira (22).
Entre as prisões realizadas pela polícia antimáfia de Palermo, capital da Sicília, estão a de três pessoas que tinham participado de uma reunião em 29 de maio. Esse encontrou contou com a presença dos mais importantes líderes da máfia.
Foi a primeira reunião desse tipo desde 1993, quando Toto Riina, o líder supremo da organização criminosa, foi preso, e serviu para eleger novos líderes para a distribuição de atividades ilícitas, como o tráfico de drogas e jogos de azar on-line.
Entre os detidos estão dois descendentes de líderes históricos da Cosa Nostra: Leandro Greco, neto de Michele Greco, "o papa", e Calogero Lo Piccolo, filho de Salvatore Lo Piccolo, que cumpre pena de prisão perpétua.
Os dois homens haviam participado da reunião secreta como representantes de vários clãs associados a suas famílias.
Também foi preso Giovanni Sirchia, membro de outra família mafiosa, encarregado de organizar a reunião secreta. Ele acompanhou alguns participantes até o local.
Os outros quatro presos são conhecidos por extorquirem comerciantes com métodos mafiosos, isto é, violência e intimidação.
Em 4 de dezembro, a polícia italiana prendeu 46 pessoas suspeitas de pertencerem à Cosa Nostra, incluindo Settimo Mineo, considerado o novo chefe do grupo em Palermo.
A prisão de Mineo, um joalheiro de 80 anos, e das outras 45 pessoas, deu-se quando se preparavam para inaugurar uma nova etapa para a Cosa Nostra.
Entre as acusações que pesam contra os detidos, estão associação criminosa do tipo mafiosa, extorsão, posse de armas e deflagração de incêndios.
A operação foi baseada nas confissões extraídas de dois chefes de famílias mafiosas que participaram da reunião. Ambos confirmaram a disposição dos participantes de reorganizar o temido grupo após a morte de seu "capo" histórico, Riina, em 17 de novembro de 2017.