Membros da associação histórica da Primeira Guerra Mundial durante celebração do Dia do Armistício no memorial de guerra em Nice, na França (Eric Gaillard/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2013 às 16h29.
Paris - A polícia francesa deteve cerca de 70 pessoas em uma cerimônia do Dia do Armistício nesta segunda-feira depois que os manifestantes, que o governo disse estar ligados à extrema-direita, vaiaram o presidente francês, François Hollande.
Apresentadores de TV disseram que era a primeira vez que um chefe de Estado francês foi vaiado em uma celebração de 11 de novembro, que comemora a assinatura do armistício em 1918 entre os aliados da Primeira Guerra Mundial e a Alemanha.
Confrontos eclodiram entre a polícia e os manifestantes, conforme a comitiva do presidente socialista passava pela arborizada Avenida Champs-Élysées em direção ao túmulo do soldado desconhecido, sob o Arco do Triunfo, em Paris.
Alguns dos manifestantes gritavam "Hollande, renuncie" e "ditador socialista!". Segundo o ministro do Interior, Manuel Valls, havia membros de grupos de extrema-direita que se opõem às políticas do governo, como o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
"Hoje, na Champs-Élysées, várias dezenas de indivíduos ligados à extrema-direita ... não quiseram respeitar este momento de contemplação e encontro", Valls disse a jornalistas, descrevendo as ações como "inaceitáveis".
As 70 pessoas foram presas porque a manifestação não foi autorizada, disse uma fonte do palácio presidencial.
Pesquisas publicadas nesta segunda-feira pelos institutos OpinionWay e Ipsos mostraram que a popularidade de Hollande, criticado devido a uma economia em crise, impostos pesados e outras questões, atingiu apenas 22 por cento e 21 por cento, respectivamente.
Esses índices ficaram abaixo da taxa de aprovação de 25 por cento em uma pesquisa CSA publicada na sexta-feira, que tinha colocado a sua popularidade no nível mais baixo de qualquer presidente desde a fundação da Quinta República da França há 55 anos.