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"Poderia ser eu", diz Obama sobre jovem negro assassinado

Presidente entrou no debate sobre a absolvição do homem que matou o adolescente negro Trayvon Martin

Barack Obama: presidente pediu ao país que compreenda a dor dos afro-americanos com o caso (Larry Downing/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2013 às 23h34.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , entrou na sexta-feira no debate sobre a absolvição do homem que matou o adolescente negro Trayvon Martin, declarando que a vítima "poderia ser eu há 35 anos", e pedindo ao país que compreenda a dor dos afro-americanos com esse caso.

Obama foi à sala de imprensa da Casa Branca expressar suas opiniões sobre o caso de George Zimmerman, morador hispânico e branco da Flórida que foi absolvido no sábado pela morte de Martin, de 17 anos, durante uma briga no ano passado.

O caso ganhou conotações raciais, pois muitos acham que Zimmerman - absolvido sob a alegação de legítima defesa - atirou motivado por preconceito racial. Implicitamente, Obama se alinhou aos que dizem que Zimmerman não precisava ter atirado. Ele manifestou solidariedade à família de Martin e elogiou os parentes pela "incrível graça e dignidade com que lidaram com toda a situação".

O presidente manifestou respeito pela decisão judicial da Flórida, mas acrescentou que é importante entender o contexto do ponto de vista dos negros.

"Sabe, quando Trayvon Martin foi baleado, eu disse que poderia ter sido meu filho. Outra forma de dizer isso é que Trayvon Martin poderia ser eu há 35 anos", afirmou ele, em tom muito sério.

O presidente, que é negro e tem 51 anos, lembrou-se de episódios racistas sofridos por ele próprio. "Há poucos homens afro-americanos neste país que não tiveram a experiência de serem seguidos quando estavam fazendo compras numa loja de departamentos. Isso me inclui", disse Obama, contando também que escutava as portas dos carros sendo travadas quando andava pelas ruas na juventude.

"Há poucos afro-americanos que não tiveram a experiência de entrar em um elevador e uma mulher segurar a bolsa nervosamente e prender a respiração até ela ter a chance de sair. Isso acontece com frequência", prosseguiu.

Para Obama, as gerações mais novas são menos afetadas pelo racismo, mas mesmo assim todos deveriam refletir sobre seus preconceitos, perguntando-se: "Estou julgando as pessoas o máximo que posso com base não na cor da pele, mas no conteúdo do seu caráter?".

Observando que há disparidades raciais na aplicação das leis nos EUA - da pena de morte às punições ligadas a drogas -, Obama disse ter recomendado que o Departamento de Justiça colabore no treinamento de autoridades estaduais e locais, e que os Estados revejam leis que possam estimular confrontos, como é o caso de uma lei da Flórida conhecida como "proteja seu território", citada por um jurado na absolvição de Zimmerman.

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Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , entrou na sexta-feira no debate sobre a absolvição do homem que matou o adolescente negro Trayvon Martin, declarando que a vítima "poderia ser eu há 35 anos", e pedindo ao país que compreenda a dor dos afro-americanos com esse caso.

Obama foi à sala de imprensa da Casa Branca expressar suas opiniões sobre o caso de George Zimmerman, morador hispânico e branco da Flórida que foi absolvido no sábado pela morte de Martin, de 17 anos, durante uma briga no ano passado.

O caso ganhou conotações raciais, pois muitos acham que Zimmerman - absolvido sob a alegação de legítima defesa - atirou motivado por preconceito racial. Implicitamente, Obama se alinhou aos que dizem que Zimmerman não precisava ter atirado. Ele manifestou solidariedade à família de Martin e elogiou os parentes pela "incrível graça e dignidade com que lidaram com toda a situação".

O presidente manifestou respeito pela decisão judicial da Flórida, mas acrescentou que é importante entender o contexto do ponto de vista dos negros.

"Sabe, quando Trayvon Martin foi baleado, eu disse que poderia ter sido meu filho. Outra forma de dizer isso é que Trayvon Martin poderia ser eu há 35 anos", afirmou ele, em tom muito sério.

O presidente, que é negro e tem 51 anos, lembrou-se de episódios racistas sofridos por ele próprio. "Há poucos homens afro-americanos neste país que não tiveram a experiência de serem seguidos quando estavam fazendo compras numa loja de departamentos. Isso me inclui", disse Obama, contando também que escutava as portas dos carros sendo travadas quando andava pelas ruas na juventude.

"Há poucos afro-americanos que não tiveram a experiência de entrar em um elevador e uma mulher segurar a bolsa nervosamente e prender a respiração até ela ter a chance de sair. Isso acontece com frequência", prosseguiu.

Para Obama, as gerações mais novas são menos afetadas pelo racismo, mas mesmo assim todos deveriam refletir sobre seus preconceitos, perguntando-se: "Estou julgando as pessoas o máximo que posso com base não na cor da pele, mas no conteúdo do seu caráter?".

Observando que há disparidades raciais na aplicação das leis nos EUA - da pena de morte às punições ligadas a drogas -, Obama disse ter recomendado que o Departamento de Justiça colabore no treinamento de autoridades estaduais e locais, e que os Estados revejam leis que possam estimular confrontos, como é o caso de uma lei da Flórida conhecida como "proteja seu território", citada por um jurado na absolvição de Zimmerman.

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