PMDB quer controle de CPI para coagir Planalto
A ideia é mostrar que, enquanto a CPI respinga no governo Dilma por culpa do próprio PT, o PMDB é "um partido que tem juízo"
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2012 às 09h36.
Brasília - O PMDB quer ser tutor da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira e assim negociar com o Palácio do Planalto os rumos da investigação sobre as ligações políticas do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A ideia é mostrar que a CPI é uma "invenção do PT" e que, uma vez instalada, vai acabar respingando no governo de Dilma Rousseff por culpa do voluntarismo de seu próprio partido.
Detentor da presidência da CPI, por ser o maior partido no Senado, o PMDB vai esperar para ver o PT chegar ao auge do desgaste com a presidente, para assim aparecer como o "salvador da Pátria". "Essa pode ser a CPI mais sangrenta da História", disse o presidente do PMDB, senador Waldir Raupp (RO). "Nós não queríamos a CPI. O PT insistiu em fazê-la. Tudo poderia ter sido resolvido pelas investigações da Polícia Federal e Ministério Público". Raupp disse que na CPI o comportamento do PMDB será o de "um partido que tem juízo".
Para mostrar que não está envolvido numa "operação abafa" para proteger os parlamentares citados nas conversas com Carlinhos Cachoeira, o PT correu nesta terça para colher assinaturas a favor da CPI tanto no Senado quanto na Câmara. E oposição, que continuou denunciando a tentativa de "a CPI já nascer com cheiro de pizza", também foi atrás de apoio para as investigações. Pelo Planalto, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) disse que o governo não participará de "nenhuma operação abafa", porque a agenda do Executivo no Congresso é outra: aprovação de projetos como a Lei Geral da Copa e a flexibilização da Lei de Responsabilidade Fiscal para possibilitar a renegociação das dívidas dos Estados.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) reagiu contra a tentativa da base aliada de excluir das investigações da CPI empresas e pessoas ligadas ao governo. "Nós não podemos começar uma CPI tirando ou incluindo de uma forma discricionária A ou B, seja agente público ou agente privado", alertou o senador. "Aqueles que propuseram a CPI têm a responsabilidade de mostrar ao País que querem fazê-la para investigar todas as relações indevidas ou criminosas que ocorreram ao longo de todo o período com esse agente (Cachoeira) hoje citado e preso".
Antes de liberar a assinatura dos seus parlamentares a favor da CPI, o PMDB ainda tentou saber o que o Palácio do Planalto estava pensando a respeito da investigação. O líder no Senado, Renan Calheiros (AL), chamou ao seu gabinete o líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM). Perguntou qual era a orientação. Braga respondeu: "Não tenho nenhuma orientação". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Brasília - O PMDB quer ser tutor da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira e assim negociar com o Palácio do Planalto os rumos da investigação sobre as ligações políticas do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A ideia é mostrar que a CPI é uma "invenção do PT" e que, uma vez instalada, vai acabar respingando no governo de Dilma Rousseff por culpa do voluntarismo de seu próprio partido.
Detentor da presidência da CPI, por ser o maior partido no Senado, o PMDB vai esperar para ver o PT chegar ao auge do desgaste com a presidente, para assim aparecer como o "salvador da Pátria". "Essa pode ser a CPI mais sangrenta da História", disse o presidente do PMDB, senador Waldir Raupp (RO). "Nós não queríamos a CPI. O PT insistiu em fazê-la. Tudo poderia ter sido resolvido pelas investigações da Polícia Federal e Ministério Público". Raupp disse que na CPI o comportamento do PMDB será o de "um partido que tem juízo".
Para mostrar que não está envolvido numa "operação abafa" para proteger os parlamentares citados nas conversas com Carlinhos Cachoeira, o PT correu nesta terça para colher assinaturas a favor da CPI tanto no Senado quanto na Câmara. E oposição, que continuou denunciando a tentativa de "a CPI já nascer com cheiro de pizza", também foi atrás de apoio para as investigações. Pelo Planalto, a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) disse que o governo não participará de "nenhuma operação abafa", porque a agenda do Executivo no Congresso é outra: aprovação de projetos como a Lei Geral da Copa e a flexibilização da Lei de Responsabilidade Fiscal para possibilitar a renegociação das dívidas dos Estados.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) reagiu contra a tentativa da base aliada de excluir das investigações da CPI empresas e pessoas ligadas ao governo. "Nós não podemos começar uma CPI tirando ou incluindo de uma forma discricionária A ou B, seja agente público ou agente privado", alertou o senador. "Aqueles que propuseram a CPI têm a responsabilidade de mostrar ao País que querem fazê-la para investigar todas as relações indevidas ou criminosas que ocorreram ao longo de todo o período com esse agente (Cachoeira) hoje citado e preso".
Antes de liberar a assinatura dos seus parlamentares a favor da CPI, o PMDB ainda tentou saber o que o Palácio do Planalto estava pensando a respeito da investigação. O líder no Senado, Renan Calheiros (AL), chamou ao seu gabinete o líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM). Perguntou qual era a orientação. Braga respondeu: "Não tenho nenhuma orientação". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.