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Planalto não define liberação de emendas parlamentares

Demora na liberação aumenta insatisfação na base aliada de Dilma

Duas horas de reunião com a presidente não foram suficientes para tomar uma decisão sobre as emendas (Antonio Cruz/ABr)

Duas horas de reunião com a presidente não foram suficientes para tomar uma decisão sobre as emendas (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2011 às 09h02.

Brasília - O Palácio do Planalto ainda não definiu quanto e quando irá liberar as emendas parlamentares, principal razão por trás da onda de insatisfação dos integrantes da base aliada. Mesmo depois de duas horas de reunião com a presidente Dilma Rousseff e a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, as principais lideranças do PT e do PMDB deixaram o encontro de ontem à noite sem uma resposta clara para a principal reivindicação de seus correligionários.

O encontro, segundo o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), teve por objetivo aproximar a presidente Dilma dos partidos, "criando vínculos mais fortes". Novas reuniões da presidente com os líderes partidários estão previstas para serem realizadas amanhã e quinta-feira. Antes de se reunirem com a presidente, os lideres conversaram com Ideli, por mais de uma hora.

Dilma está enfrentando uma forte resistência dos parlamentares da base aliada desde quando foi desencadeada a chamada "faxina" nos ministérios, que começou nos Transportes e teve prosseguimento pela Agricultura e agora, Turismo. A situação se agravou com a prisão de lideranças do PT e PMDB na Operação Voucher da Polícia Federal e com o aviso de que não há previsão de liberação de emendas ou cargos, num futuro próximo. Os aliados exigem um cronograma de desembolso de verbas.

Questionado se a decisão da presidente de fazer nova rodada de negociações com os partidos da base foi por causa da rebelião dos parlamentares, Jucá respondeu: "É uma necessidade que o governo está vendo e a presidente Dilma está puxando para ela. Ou seja, a presidenta está conversando política também. Ela está reforçando no governo este discursos político, que é muito importante", declarou o líder peemedebista, que defendeu a necessidade de o PR continuar na base do governo.

"A presidenta quer incorporar na prática a discussão política com os partidos da base e era natural que PT e PMDB fossem os primeiros chamados porque são o maior partido, respectivamente, na Câmara e no Senado", comentou Vaccarezza, que citou ainda o interesse do governo em apressar votações no Congresso, inclusive do projeto que cria o Ministério da Microempresa.

Os lideres negaram que tenham discutido a ampliação da liberação de emendas, estimadas em R$ 1 bilhão pelo Planalto, valor considerado irrisório pela base. "Ninguém falou em cronograma de emendas. Ninguém falou em cargos. Ninguém falou em nenhum tipo de questão operacional. Estes assuntos são tratados com a ministra Ideli que está encarregada de fazer o levantamento da situação das emendas para fazer um cronograma de liberação delas a partir do momento que o governo tiver conforto econômico e financeiro para começar esta liberação", afirmou Jucá. Questionado se será possível liberar mais de R$ 1 bilhão, pleiteado pela base aliada, Jucá disse que "a ministra Ideli não fechou ainda o levantamento e, portanto, não dá para definir ainda nenhum número".

Sobre preocupações do governo com a ida do ministro do Turismo, Pedro Novais, hoje, ao Congresso, Jucá afirmou que "ele é um político experiente, vai saber se portar e a base do governo estará presente para dar suporte, dentro daquilo que se espera de uma base do governo, com unidade, com trabalho, com responsabilidade, esclarecendo os pontos". Ele acrescentou que "cada ministro do governo irá ao Congresso dar as explicações quando for necessário e esta é uma posição do governo".

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