Pintar os ovos na Páscoa pode, mas e os pintinhos?
Revogação de lei que proíbe tingir animais na Flórida causa polêmica às vésperas da Páscoa, época marcada por uma prática ainda comum em alguns estados - a venda de pintos coloridos
Vanessa Barbosa
Publicado em 4 de abril de 2012 às 17h17.
São Paulo – Passarinhos coloridos podem fazer sucesso no jogo “Angry Birds”, mas no estado da Flórida, nos Estados Unidos , a ideia de liberar a coloração artificial de animais está dando o que falar. Banida por lá há mais de quatro décadas, a prática pode ser novamente permitida, se uma nova lei que derruba essa proibição for sancionada pelo governador Rick Scott.
Aprovada mês passado pela Assembleia Estadual da Flórida, a medida foi tomada a partir do pedido de um criador de cães local que queria inscrever seus animais em uma competição de pintura e tosa. O procedimento de colorir cachorros e outros bichos, como coelhos e até patos é proibido em metade dos estados americanos. Onde é permitida, a prática segue uma tradição pascalina que, apesar de vir caindo em desuso, alimenta a venda de pintinhos coloridos para pais que buscam entreter seus filhos com pets de estimação engraçadinhos.
A seu favor, aqueles que colorem artificialmente os animais afirmam que usam corantes não tóxicos, que tanto podem ser pulverizados sobre a penugem do pintinho ou injetados nos ovos por volta do 18º dia de incubação. Não falta reprimenda de ambientalistas e grupos ativistas dos direitos animais, que consideram a comercialização desses animais - ainda em tenra idade - perversa. “A cor em si não é o problema”, diz à EXAME.com, Don Anthony, da Fundação dos Direitos dos Animais da Flórida (ARFF).
“A questão é que quando os filhotes cor de rosa, roxo e verde são colocados na vitrine de um petshop, os pais de crianças pequenas ficam propensos a comprar por impulso, sem considerar tudo o que é necessário para cuidar adequadamente de um animal jovem”.
Segundo Anthony, frequentemente, esses pequenos animais acabam morrendo por manipulação errada ou cuidados inadequados. E aqueles que conseguem sobreviver após a Páscoa, são “despejados em abrigos porque seus donos enjoam-se deles”, critica. “Pintinhos e coelhos são entregues as crianças pequenas como se fossem brinquedos. Mas eles não são brinquedos”, enfatiza.
Ignorando todo o estresse potencial aos animais, os criadores de aves afirmaram ao jornal NYT que a tintura sai com o tempo à medida que os pintinhos crescem e retomam à sua cor natural – mudança que, dizem os defensores da causa animal, contribui para perda de interesse de seus donos. Se aprovada, a nova lei só deve comerçar a valer a partir de julho.
Embora não seja comum no Brasil, não existe lei que coíba esse tipo de prática por aqui. No entanto, se a coloração prejudicar o bem-estar do bicho, causando dor ou sofrimento, os proprietários podem responder por crime de maus tratos.
São Paulo – Passarinhos coloridos podem fazer sucesso no jogo “Angry Birds”, mas no estado da Flórida, nos Estados Unidos , a ideia de liberar a coloração artificial de animais está dando o que falar. Banida por lá há mais de quatro décadas, a prática pode ser novamente permitida, se uma nova lei que derruba essa proibição for sancionada pelo governador Rick Scott.
Aprovada mês passado pela Assembleia Estadual da Flórida, a medida foi tomada a partir do pedido de um criador de cães local que queria inscrever seus animais em uma competição de pintura e tosa. O procedimento de colorir cachorros e outros bichos, como coelhos e até patos é proibido em metade dos estados americanos. Onde é permitida, a prática segue uma tradição pascalina que, apesar de vir caindo em desuso, alimenta a venda de pintinhos coloridos para pais que buscam entreter seus filhos com pets de estimação engraçadinhos.
A seu favor, aqueles que colorem artificialmente os animais afirmam que usam corantes não tóxicos, que tanto podem ser pulverizados sobre a penugem do pintinho ou injetados nos ovos por volta do 18º dia de incubação. Não falta reprimenda de ambientalistas e grupos ativistas dos direitos animais, que consideram a comercialização desses animais - ainda em tenra idade - perversa. “A cor em si não é o problema”, diz à EXAME.com, Don Anthony, da Fundação dos Direitos dos Animais da Flórida (ARFF).
“A questão é que quando os filhotes cor de rosa, roxo e verde são colocados na vitrine de um petshop, os pais de crianças pequenas ficam propensos a comprar por impulso, sem considerar tudo o que é necessário para cuidar adequadamente de um animal jovem”.
Segundo Anthony, frequentemente, esses pequenos animais acabam morrendo por manipulação errada ou cuidados inadequados. E aqueles que conseguem sobreviver após a Páscoa, são “despejados em abrigos porque seus donos enjoam-se deles”, critica. “Pintinhos e coelhos são entregues as crianças pequenas como se fossem brinquedos. Mas eles não são brinquedos”, enfatiza.
Ignorando todo o estresse potencial aos animais, os criadores de aves afirmaram ao jornal NYT que a tintura sai com o tempo à medida que os pintinhos crescem e retomam à sua cor natural – mudança que, dizem os defensores da causa animal, contribui para perda de interesse de seus donos. Se aprovada, a nova lei só deve comerçar a valer a partir de julho.
Embora não seja comum no Brasil, não existe lei que coíba esse tipo de prática por aqui. No entanto, se a coloração prejudicar o bem-estar do bicho, causando dor ou sofrimento, os proprietários podem responder por crime de maus tratos.