Piñera, Guillier e um segundo turno aberto no Chile
ÀS SETE - Qualquer um dos dois candidatos pode sair vencedor, depois de um primeiro turno surpreendente
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 06h43.
Última atualização em 15 de dezembro de 2017 às 07h30.
Os eleitores chilenos vão às urnas neste domingo para escolher o próximo presidente do país, no segundo turno. Estão na disputa os candidatos Sebastián Piñera, ex-presidente de direita do país, e o centro-esquerdista e senador Alejandro Guillier, rosto conhecido na apresentação de telejornais.
Qualquer um dos dois pode sair vencedor, depois de um primeiro turno surpreendente, em que outra candidata de esquerda, a jornalista Beatriz Sánchez, conseguiu levar 20% dos votos.
Às Sete – um guia rápido para começar seu dia
Leia também estas outras notícias da seçãoÀs Setee comece o dia bem informado:
- Curtas – uma seleção do mais importante no Brasil e no mundo
- Brexit avança, mas só da fronteira para fora
- Sem Previdência, hora de cuidar da saúde de Temer
- Com IPO, a BR Distribuidora tem combustível para crescer?
No primeiro turno, Piñera, que governou o país de 2010 a 2014, levou 36,6% dos votos – quando esperava cerca de 45%.
Já Guillier arrematou 22% do eleitorado, e é o candidato de sucessão da atual presidente Michelle Bachelet.
Apesar de a Frente Ampla de Beatriz Sánchez não ter oficialmente declarado apoio a Guillier no segundo turno, ela pessoalmente já confirmou seu voto no candidato.
A ascensão da esquerda no país joga a favor de Guillier, apesar de Piñera ser considerado favorito. As pesquisas de opinião não cravaram resultados e, num país onde o voto é facultativo, conseguir levar as pessoas às urnas será um fator decisivo. No primeiro turno, apenas 47% dos 13,4 milhões de eleitores do país compareceram às urnas.
A desaprovação do governo de Bachelet também é um fator que joga a favor de Piñera. Apenas 27% da população aprova o governo, que manteve o país estável, mas precisou não conseguiu avançar em pautas que preocupam cada vez mais a população.
A principal delas, conforma mostra a última edição da revista EXAME, é a reforma Previdenciária, que virou modelo global nos anos 80, mas precisa passar por revisão.
Como fazê-la sem atravancar o crescimento econômico é um tema candente no país, assim como a abertura ou fechamento a imigrantes.
O PIB chileno cresceu 1,6% no ano passado e deve crescer 1,5% este ano. Apesar de as previsões para o ano que vem serem mais otimistas, em torno dos 3%, os chilenos acreditam que o país tem que avançar mais. A expectativa de vida no Chile já chegou a 79 anos, e pode bater 85 anos em 2050.
Conseguir educação de ponta, emprego e aposentadoria para uma população mais exigente e que vive mais são desafios que refletem o sucesso recente do Chile em se deslocar de seus vizinhos latinos. As urnas mostrarão se as melhores respostas para essas questões foram dadas por Piñera, ou Guillier.