Estoques de gás: reajuste de 16,8% no Chile será reduzido para 3% (Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2012 às 17h58.
Rio de Janeiro - Os preços do gás no Brasil não deverão cair aos patamares dos valores praticados nos EUA, onde grandes reservas de gás de xisto (ou shale gas) derrubaram a cotação da commodity, disse nesta quarta-feira o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Alcides Santoro.
Ele afirmou que mesmo com preços muito baixos no mercado norte-americano, em torno de 3 dólares o milhão de BTU, os EUA estão exportando a commodity a valores de mercado. A Petrobras importou 4 cargas (navios) de gás dos EUA e o produto chegou ao consumidor a preços entre 13 e 14 dólares o milhão de BTU, valores praticados no mercado global, disse ele.
"Quando eles exportam, é pelo preço de gás normal, não o gás de xisto", disse Santoro a jornalistas, em coletiva de imprensa para detalhar o plano de negócios da estatal no segmento de gás e energia.
Ele observa que o preço do gás no Brasil é atrelado ao do petróleo.
"A gente não está vislumbrando dentro do horizonte desse plano de negócios (2012 a 2016) algo como nos EUA. Isso não deve ocorrer no país (queda de preços). No Brasil a lógica do gás é um pouco diferente porque a produção é associada ao petróleo", disse.
Quando a produção de gás é associada à de petróleo, os preços ficam em torno de 80 por cento do preço do óleo combustível, segundo Santoro. "Sempre segue essa lógica".
O gás recuperável nas rochas de xisto, ou shale gas, talvez supere várias vezes em quantidade o das reservas provadas de gás convencional no planeta, segundo a Administração de Informação de Energia (AIE) dos Estados Unidos, Ao contrário do gás natural convencional, concentrado em depósitos no subsolo, o de xisto está misturado à rocha. E avanços tecnológicos recentes tornaram essa forma de combustível economicamente viável.
Como resultado, sua participação na matriz energética americana cresceu e derrubou os preços da commodity naquele país.
O diretor da Petrobras disse também que ainda é difícil precisar quais os volumes disponíveis de gás da produção do pré-sal brasileiro. No entanto, ele explicou que a oferta até o fim da década não terá muita folga e que apenas as usinas termelétricas da Petrobras deverão receber gás até 2020 e que não haverá fornecimento para terceiros.
"Para fornecer gás para todos os projetos de térmicas em desenvolvimento precisaríamos dobrar as reservas atuais", disse.
"Com relação à demanda termelétrica não haverá mais gás até 2016 além do que já está contratado hoje. Não daria para entrar em nenhum leilão até 2016. Em 2020 (até 2020) nós colocaremos (em leilão) somente as térmicas que a Petrobras tem gestão, que são as três térmicas do plano de negócios, a Bahia 2, Barra do Rocha 1 e Sudeste 6", afirmou.