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Petrobras construirá polo gás-químico no Espírito Santo

O novo projeto faz parte do Plano Estratégico 2010-2014, anunciado ontem pela companhia, que prevê investimentos de US$ 5,7 bilhões em empreendimentos gás-químicos.

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

São Paulo - O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse hoje que a companhia irá construir um polo gás-químico no Espírito Santo, dentro da estratégia de desenvolver mercados mais flexíveis para o gás natural e agregar valor ao insumo. "Investiremos em um complexo gás-químico no Espírito Santo, que irá produzir diversos produtos, entre eles o metanol", afirmou o executivo em teleconferência com analistas, sem dar detalhes sobre o empreendimento.

O novo projeto faz parte do Plano Estratégico 2010-2014, anunciado ontem pela companhia, que prevê investimentos de US$ 5,7 bilhões em empreendimentos gás-químicos. Além do complexo no Espírito Santo, o executivo revelou que a estatal construirá três outras unidades nesta área: duas fábricas de amônia, sendo uma em Sergipe e outra em Uberaba (MG), e uma instalação de ureia em Três Lagoas (MS), com produção marginal de amônia.

"Esses investimentos permitirão flexibilizar o consumo de gás, otimizando a rentabilidade dos investimentos já realizados", afirmou o executivo. A Petrobras está buscando tornar o consumo de gás mais flexível em função da necessidade de garantir o insumo em 100% do tempo para as térmicas. Como essas usinas só entram em operação quando o nível dos reservatórios das hidrelétricas está baixo, a Petrobras precisa encontrar outros mercados para o gás, para evitar que sua infraestrutura fique ociosa e para que não haja queima de insumo nos campos de produção.

Refino de petróleo

Gabrielli disse ainda que a forte expansão do refino, prevista no Plano de Negócios 2010-2014, será positiva para estatal no longo prazo. "Mesmo que ocorra um aumento dos investimentos que penalize o retorno no curto prazo, acreditamos que, no longo prazo, a atuação integrada será positiva para a companhia", afirmou o executivo.


O plano prevê investimentos de US$ 73,36 bilhões nas atividades de refino e distribuição, valor que é 70% superior aos US$ 43,4 bilhões projetados no plano anterior, de 2009 a 2013. No mesmo período, os aportes em exploração e produção (E&P) crescerão apenas 14%, de US$ 104,6 bilhões para US$ 118,8 bilhões. "Não observamos que esse cenário sinalize uma limitação na nossa capacidade de crescer em E&P, mas sim que temos oportunidades na área de refino, com o aumento da demanda do mercado interno", afirmou.

Gabrielli lembrou que, desde 1980, a estatal concentrou os seus investimentos na expansão da capacidade de produção de petróleo. Tanto que a relação entre produção e refino passou de 13% em 1980 para 108%, em 2009. Com a entrada em operação de novas refinarias no período, a Petrobras prevê que essa relação alcance 132% em 2014 e 123% em 2020. "Vamos continuar aumentando a produção, e isso exige o crescimento da nossa capacidade de refino", afirmou o presidente da estatal. Segundo ele, a demanda interna de derivados também é crescente.

Para o executivo, a atuação integrada da Petrobras na cadeia do petróleo é uma vantagem da companhia ante seus pares na indústria petrolífera. "No mundo, ou as empresas são grandes exportadoras de óleo cru, ou são grandes refinadoras. São poucas as companhias que possuem uma atuação integrada como a Petrobras", comentou.

Baleia Azul

A Petrobras decidiu antecipar a produção de reservas do pré-sal no campo de Baleia Azul, no Espírito Santo. A medida faz parte de uma política de antecipações do pré-sal adotada no novo plano de investimentos da companhia, anunciado ontem. Segundo o documento, o projeto Baleia Azul entrará em produção em 2012, com capacidade de 100 mil barris por dia. Além de Baleia Azul, outros sete projetos do pré-sal entrarão em produção no período do plano estratégico: Cachalote, piloto de Tupi, os testes de longa duração de Tupi Nordeste, Guará e Tiro (estes em 2010) e os pilotos de Guará (2013) e Tupi Nordeste (2014).

A antecipação dos projetos levou a empresa a rever a curva de produção do pré-sal, que atingirá seu pico antes do projetado anteriormente. Por isso, a produção projetada para 2014 é maior que no plano anterior, chegando a 241 mil barris por dia. Já a estimativa para 2020 foi reduzida, de 1,8 mil para 1,078 mil barris por dia. A companhia reforçou que essa estimativa contempla apenas as descobertas já feitas. Ela pode ser revista para cima a partir de novas descobertas no pré-sal.

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