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Petrobras acha que é ’muito cedo’ para elevar preço da gasolina

Segundo Gabrielli, a empresa não repassa ao mercado brasileiro variações de curto prazo dos preços internacionais do petróleo

As refinarias da Petrobras no Brasil estão operando próximas da capacidade total, forçando a companhia a comprar combustível no exterior (Germano Lüders/EXAME.com)

As refinarias da Petrobras no Brasil estão operando próximas da capacidade total, forçando a companhia a comprar combustível no exterior (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2011 às 09h07.

Houston - A Petróleo Brasileiro SA disse que acredita que é “muito cedo” para elevar os preços da gasolina ainda que a empresa possa ser obrigada a importar combustível para revender abaixo do custo para atender a demanda interna.

“Não repassamos ao mercado brasileiro variações de curto prazo dos preços internacionais do petróleo”, disse ontem o presidente da companhia, José Sergio Gabrielli, em entrevista em Houston. “Nossa política é uma política de longo prazo e ainda é muito cedo para decidir o que fazer.”

As refinarias da Petrobras no Brasil estão operando próximas da capacidade total, forçando a companhia a comprar combustível no exterior e com os limites de preços impostos pelo governo impedindo que repasse todo o custo aos consumidores. Os resultados da Petrobras não têm acompanhado os de concorrentes como a Exxon Mobil Corp. desde que a estatal brasileira reduziu o preço da gasolina em 4,5 por cento em junho de 2009. Desde então, ela não elevou novamente o preço. No mesmo período, os futuros de petróleo dispararam 66 por cento.

A Petrobras, com sede no Rio de Janeiro, não deve aumentar significativamente sua capacidade de refino doméstica até que complete uma nova unidade em 2013, disse Gabrielli. As refinarias da empresa suprem a maior parte da demanda nacional por gasolina, com as importações representando apenas uma “pequena” proporção, disse ele.

Em abril, a Petrobras importou 1,5 milhões de barris de gasolina, com o crescimento econômico elevando a demanda por combustíveis. A Agência Estado informou na semana passada que a empresa pretende comprar mais 1 milhão de barris em maio. Gabrielli disse que a companhia ainda não decidiu o quanto.

A Petrobras fechou em alta de 0,5 por cento ontem, cotada a R$ 25,73 na BM&FBovespa.


‘Volatilidade’ das commodities

As baixas taxas de juros nas economias desenvolvidas permitiram que especuladores fizessem subir os futuros de petróleo, tornando difícil prever quando os preços do produto poderão recuar, disse Gabrielli. A oferta e a demanda globais de petróleo estão equilibradas, disse ele.

O petróleo para entrega em junho caiu pela primeira vez em quarto dias ontem, recuando para US$ 113,52 o barril na New York Mercantile Exchange. Em 29 de abril, o contrato da commodity chegou a ser cotado a US$ 113,93, maior preço desde 22 de setembro de 2008.
Há uma “corrida de capital para o mercado de commodities muito clara”, disse Gabrielli. “Isso leva a uma grande volatilidade.”

Inflação sob controle

O governo brasileiro, que detém o controle das ações votantes da Petrobras, disse que quer manter o preço da gasolina para ajudar a conter a alta da inflação. Um relatório, a ser divulgado em 6 de maio, mostrará que a inflação nos 12 meses ater abril aumentou para 6,59 por cento, segundo mediana das estimativas de 27 economistas consultados pela Bloomberg.

A Petrobras está perfurando poços mais profundos na Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro, para encontrar depósitos abaixo dos campos já existentes, com petróleo preso entre camadas de sal, disse Gabrielli. A empresa descobriu cerca de 2 bilhões de barris de petróleo recuperável na região desde 2009, que é mais fácil de explorar do que os poços marítimos de alta profundidade da Bacia de Santos.

“A beleza desse tipo de descobertas é que podemos conecta- las a plataformas de produção que já estão na área”, disse Gabrielli. A Petrobras tem oleodutos e plataformas em Campos, onde já produz há mais de 30 anos.

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