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Petro: Colômbia e Venezuela terão de desalojar grupos armados na fronteira

Em entrevista à W Radio, ele afirmou que abrirá o comércio na zona limítrofe (de 2,2 mil km), ao mesmo tempo que recupera seu controle

Gustavo Petro: Colômbia e Venezuela terão de desalojar grupos armados na fronteira (Ovidio Gonzalez/Getty Images)

Gustavo Petro: Colômbia e Venezuela terão de desalojar grupos armados na fronteira (Ovidio Gonzalez/Getty Images)

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AFP

Publicado em 5 de julho de 2022 às 15h09.

Última atualização em 5 de julho de 2022 às 15h15.

Em suas negociações com a Venezuela, o novo governo de esquerda da Colômbia dará prioridade à retirada dos grupos armados que operam em ambos os lados da violenta fronteira anunciou o presidente colombiano recém-eleito, Gustavo Petro, nesta terça-feira, 5.

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Depois de restabelecidas as relações com Caracas, Petro disse que outro objetivo é recuperar a produção de fertilizantes, por meio da empresa venezuelana Monómeros, que fabrica insumos agrícolas na Colômbia e é centro de uma disputa entre os dois países.

Em entrevista à W Radio, ele afirmou que abrirá o comércio na zona limítrofe (de 2,2 mil quilômetros), ao mesmo tempo que recupera seu controle.

"O que implica correr, encurralar, desalojar os grupos armados que hoje estão dos dois lados da fronteira", acrescentou o futuro governante, que tomará posse em 7 de agosto.

Petro e seu homólogo da Venezuela, Nicolás Maduro, já tiveram uma primeira conversa por telefone, após sua eleição em 19 de junho. O presidente eleito anunciou uma mudança na diplomacia colombiana em relação à Venezuela, retomando as relações rompidas sob o governo em final de mandato de Iván Duque.

Este último não reconheceu o governo de Maduro, alegando que sua reeleição foi fraudulenta.  Em vez disso, aceitou o líder da oposição, Juan Guaidó, como seu homólogo, seguindo a linha adotada pelos Estados Unidos.

Duque insistiu em que grupos de origem rebelde se refugiam do lado venezuelano da fronteira com a cumplicidade das forças chavistas.

LEIA TAMBÉM: Maduro e Petro conversam para normalizar fronteira entre Colômbia e Venezuela

Nos últimos meses, pelo menos quatro comandantes dissidentes das (agora extintas) Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foram mortos na Venezuela. A guerrilha foi dissolvida após assinar a paz em 2016.

O governo Maduro nega, ou permanece em silêncio, sobre as acusações feitas por Bogotá sobre este tema.

Também nesta terça, Petro propôs um cessar-fogo bilateral ao Exército de Libertação Nacional (ELN) para reiniciar os diálogos de paz com essa guerrilha, a última reconhecida no país após o desarmamento das Farc.

"A mensagem que mandei, não apenas para o ELN, mas para todos os grupos armados vigentes, é que chegou a hora da paz (...) o que eu peço é um cessar-fogo que será bilateral", prometeu.

Petro lembrou que sua oferta ao ELN e a outras organizações armadas contempla "negociações judiciais, na maioria dos casos, e negociações políticas", em alguns outros, "para conseguir acabar com a guerra na Colômbia".

LEIA TAMBÉM: Os desafios de Petro: militares, economia e uma Colômbia dividida

Apesar dos duros golpes que recebeu, o ELN se encontra em expansão e, hoje, conta com 2,5 mil membros, conforme dados oficiais.

O próximo governo colombiano também quer resolver a confusão com Monómeros, insistiu Petro.

"O que eu quero saber é se essa empresa ainda pode recuperar sua antiga função (...) se poderemos reconstruir a produção subsidiada de fertilizantes (...) para a agricultura colombiana", acrescentou.

Filial da estatal Petroquímica da Venezuela (Pequiven), Duque transferiu seu comando para Guaidó, em 2019. Ele nunca exerceu um controle efetivo sobre a companhia.

Segundo Petro, a queda na produção obrigou o país a importar fertilizantes a preços três vezes mais altos, o que encareceu os alimentos.

(AFP)

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