Mundo

Pessoas mais pobres abrem mais contas bancárias, diz estudo

Cerca de 750 milhões de pessoas abriram contas bancárias ou utilizaram provedores móveis de crédito pela primeira vez entre 2011 e 2014


	Sede do Banco Mundial: 62% das pessoas em todo o mundo usam instituições financeiras ou serviços financeiros móveis
 (Win McNamee/Getty Images)

Sede do Banco Mundial: 62% das pessoas em todo o mundo usam instituições financeiras ou serviços financeiros móveis (Win McNamee/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2015 às 22h06.

Washington - Cerca de 750 milhões de pessoas abriram contas bancárias ou utilizaram provedores móveis de crédito pela primeira vez entre 2011 e 2014, um grande avanço no acesso a serviços financeiros, o que especialistas em desenvolvimento dizem ser a chave para o fim da pobreza mundial.

A pesquisa Global Findex, feita pelo Banco Mundial, concluiu que 62 por cento das pessoas em todo o mundo usam instituições financeiras ou serviços financeiros móveis, uma alta em comparação aos 51 por cento registrados em 2011, com o incremento de 700 milhões de pessoas em três anos.

Os ganhos foram puxados pelo aumento de 13 pontos percentuais nos países em desenvolvimento e de 17 pontos percentuais nos países pobres, assim como por inovações nas tecnologias móveis.

Mas 2 bilhões de pessoas continuam "sem banco", sendo que metade dos adultos em 40 por cento dos lares mais pobres de países em desenvolvimento ainda não tem acesso a serviços financeiros.

E a diferença entre gêneros continua persistente. As mulheres nos países em desenvolvimento têm menos acesso a serviços financeiros do que os homens, apesar de uma campanha especificamente projetada para alcançar as mulheres.

Apesar do aumento, muitos dos que possuem contas bancárias ainda dependem de transações em dinheiro para gastos mensais e o pagamento de mensalidades escolares, por exemplo, e o dinheiro poupado ainda é guardado em espécie, em vez de contas seguras, mostrou a pesquisa.

A diretora de pesquisas do Banco Mundial, Asli Demirguc-Kunt, identificou oportunidades para certos produtos de bancos e fornecedores móveis de crédito, tais como contas com taxas menores, mais operações com permissão para serem feitas por aplicativos de celular e contas com menos exigências de documentação para serem abertas.

"Acreditamos que se mais contas forem oferecidas, que sejam acessíveis e convenientes, mais pessoas usariam", disse ela.

A tecnologia móvel traz a maior promessa para se alcançar aqueles sem banco na África Subsaariana, onde 12 por cento dos adultos possuem uma conta móvel, em comparação com a média de 2 por cento no resto do mundo, com o Quênia liderando com 58 por cento.

Governos podem desempenhar um papel importante no estímulo à abertura de contas ao pagarem benefícios sociais por meio de contas ou através de cartões magnéticos, disse Asli.

Líderes do G20, grupo formado por países industrializados e em desenvolvimento, fizeram da inclusão financeira uma prioridade do desenvolvimento.

Pesquisas apontam que lares com acesso a contas bancárias podem absorver choques financeiros recorrendo a poupanças e tendo acesso a crédito. Eles também podem usar a poupança e o crédito para expandir pequenos negócios e melhorar a produtividade rural.

O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, anunciou em outubro de 2013 a meta de universalizar o acesso a serviços financeiros até 2020, como uma maneira de trabalhadores com baixos salários subirem degraus na escada econômica.

Acompanhe tudo sobre:BancosCréditoFinançasPobreza

Mais de Mundo

Venezuela restabelece eletricidade após apagão de 12 horas

Eleições nos EUA: o que dizem eleitores da Carolina do Norte

Japão registra 40 mil pessoas mortas sozinhas em casa — 10% delas descobertas um mês após a morte

Zelensky destitui chefe da Força Aérea ucraniana após queda de caça F-16

Mais na Exame