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Pesquisa revela mais intolerância na África com homossexuais

O Afrobarômetro, um centro de estudos que realiza pesquisas em nível continental, dedicou sua última pesquisa "Bons vizinhos?" à tolerância dentro do continente


	Intolerância: a rejeição aos homossexuais é maior no campo do que na cidade, mas é muita ampla em quase todos os países africanos
 (AFP)

Intolerância: a rejeição aos homossexuais é maior no campo do que na cidade, mas é muita ampla em quase todos os países africanos (AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2016 às 12h04.

Rabat - Os africanos se mostram relativamente tolerantes com os estrangeiros, os que professam outra religião e os infectados com HIV, mas são especialmente intolerantes com os homossexuais.

O Afrobarômetro, um centro de estudos que realiza pesquisas em nível continental, dedicou sua última pesquisa "Bons vizinhos?" à tolerância dentro do continente, após um trabalho de campo realizado em 2014 e 2015 em 33 países do continente.

Os entrevistados foram interrogados sobre se gostariam ou se incomodariam de ter como vizinhos pessoas de outra etnia, outra religião, imigrantes, portadores de HIV ou homossexuais.

A porcentagem dos que "detestariam" ter como vizinhos estas categorias de pessoas "diferentes" é baixa se os critérios forem etnia (9%), religião (12%) e imigração (18%), sobe levemente com os soropositivos (31%) e dispara com os homossexuais, pois 78% dos indagados não querem pessoas assim como vizinhos.

A rejeição aos homossexuais tem algumas variações, pois é maior no campo do que na cidade, mas é muita ampla em quase todos os países africanos.

Os mais tolerantes com a diferença sexual se encontram nos países do sul - África do Sul, Namíbia, Moçambique e Ilhas Maurício -, além de Cabo Verde, com porcentagens de rejeição menores a 50%.

No extremo mais intolerante estão quase todos os países majoritariamente muçulmanos, com Senegal à frente (97% de intolerância), seguido da Guiné, Uganda, Burkina e Níger.

Em geral, os países norte-africanos incluídos no estudo (somente Marrocos e Tunísia) estão nas porcentagens mais baixas de tolerância com qualquer critério de diferenciação.

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