Mundo

Peru prendeu quatro ex-presidentes por corrupção nos últimos anos; relembre

Além dos quatro presidentes presos por corrupção, o Peru também viu o ex-presidente Alberto Fujimori, que comandou o país entre 1990 e 2000, ser condenado por crimes contra os direitos humanos

Um deles, Alan García, cometeu suicídio após ser alvo de mandado de prisão, em 2019 (JAVIER TORRES/Getty Images)

Um deles, Alan García, cometeu suicídio após ser alvo de mandado de prisão, em 2019 (JAVIER TORRES/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de dezembro de 2022 às 20h22.

O Peru teve quatro presidentes presos por denúncias de corrupção na década passada, todos por envolvimento com o escândalo de corrupção do caso Odebrecht, que foi investigado pela Operação Lava Jato. Um deles, Alan García, cometeu suicídio após ser alvo de mandado de prisão, em 2019.

Nesta quarta-feira, 7, o atual presidente do país, Pedro Castillo, também acusado de corrupção, anunciou a dissolução do Congresso peruano e convocou novas eleições para o Legislativo. O movimento ocorre no dia em que o Parlamento votaria uma moção de destituição contra ele.

Além dos quatro presidentes presos por corrupção, o Peru também viu o ex-presidente Alberto Fujimori, que comandou o país entre 1990 e 2000, ser condenado por crimes contra os direitos humanos. Ele foi considerado o mandante de 25 assassinatos pelas forças do Estado na periferia de Lima em 1991.

Veja a lista dos ex-presidentes peruanos que foram detidos:

Alejandro Toledo

Toledo foi preso nos Estados Unidos em 2019, acusado de receber propina de US$ 20 milhões da construtora brasileira Odebrecht. Ele é alvo de um pedido de extradição feito pelo governo peruano.

O ex-presidente teria favorecido os negócios da empresa brasileira no Peru durante o seu mandato, que durou de 2001 a 2006. Ele foi o quarto presidente do país a ser preso no âmbito do caso Odebrecht, desmantelado pela Lava Jato.

Alan García

García atirou contra a própria cabeça ao ser alvo de mandado de prisão por lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito, também no âmbito do caso Odebrecht. O ex-presidente havia lidado e escapado de denúncias de corrupção durante toda a sua carreira política, mas se viu encurralado pela suspeita de ter recebido recursos da empresa brasileira durante a sua campanha eleitoral em 2006, quando foi eleito para o seu segundo mandato.

Ollanta Humala

Humala foi preso em 2017 por lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ele foi acusado de receber US$ 3 milhões da Odebrecht para a sua campanha eleitoral de 2011, a pedido do então ministro da Fazenda brasileiro, Antônio Palocci. À época, a justiça peruana também prendeu sua mulher, Nadine Heredia, em decorrência das mesmas acusações.

Pedro Pablo Kuczynski

Também no âmbito da operação Lava Jato e do escândalo da Odebrecht, Kuczynski foi preso em 2019 por suposto crime de lavagem de dinheiro. Ele renunciou da Presidência um mês antes de ser emitida a sua ordem de prisão, após 1 ano e 7 meses de mandato, pressionado pelo Congresso e pela investigação em curso.

Alberto Fujimori

Fujimori foi condenado em 2009 a 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos. Ele foi considerado o mandante do assassinato de 25 pessoas, incluindo uma criança, nos Barrios Altos de Lima pelas forças do Estado em 1991, durante seu governo. À época, o Peru travava uma ‘guerra’ antiterrorista contra o grupo armado Sendero Luminoso.

Fujimori recebeu indulto do então presidente Pedro Pablo Kuczynski em 2017, mas o perdão foi anulado pela Justiça.

LEIA TAMBÉM:

Quem é Pedro Castillo, presidente do Peru que sofreu impeachment e foi preso

Presidente do Peru preso: após sofrer impeachment, Pedro Castillo é detido pela Polícia Nacional

Acompanhe tudo sobre:ImpeachmentPeru

Mais de Mundo

UE reabrirá delegação em Damasco após primeiros contatos com novas autoridades da Síria

Cuba reconhece que está 'preocupada' com efeito econômico do retorno de Trump

Nem chineses, nem russos: autoridades americanas explicam mistério sobre drones nos EUA

Brasil entre os 54 países que terão isenção de visto de trânsito na China a partir de 2024