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Pentágono diz ter 'indícios' de que soldados norte-coreanos morreram ou foram feridos na Ucrânia

Região russa está parcialmente ocupada pelas forças ucranianas, que avançaram em uma ofensiva em agosto para combater a invasão, iniciada em fevereiro de 2022

Agência o Globo
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Publicado em 17 de dezembro de 2024 às 13h08.

Última atualização em 17 de dezembro de 2024 às 13h15.

O Pentágono observou "indícios" de que as forças norte-coreanas enviadas à Rússia para ajudar o Kremlin na guerra contra a Ucrânia sofreram suas primeiras baixas, segundo um oficial dos Estados Unidos. O porta-voz do Pentágono, major-general da Força Aérea Pat Ryder, disse a repórteres na segunda-feira que os norte-coreanos entraram em combate na semana passada, na região russa de Kursk. O território está parcialmente ocupado pelas forças ucranianas, que avançaram em uma ofensiva em agosto para combater a invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022.

O general Ryder fez a avaliação um dia após a agência de inteligência militar da Ucrânia afirmar que pelo menos 30 soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos ao longo da linha de frente em Kursk durante o fim de semana, nos vilarejos russos de Plekhovo, Vorojba e Martynovka. As alegações não puderam ser verificadas de forma independente, mas também foram ecoadas por autoridades ucranianas.

"Há três dias, o inimigo executa operações ofensivas intensas na região de Kursk, usando ativamente unidades do Exército norte-coreano, que sofreram perdas significativas", declarou o comandante do Exército ucraniano, Oleksandr Sirski, durante uma videoconferência com líderes regionais, que foi exibida pela televisão ucraniana. "Os mercenários norte-coreanos já sofreram grandes perdas".

A decisão deste outono (Hemisfério Norte) de enviar milhares de forças norte-coreanas para a guerra da Rússia contra a Ucrânia alarmou os aliados de Kiev e criou o cenário para um conflito maior entre Moscou e o Ocidente. Inicialmente, autoridades ucranianas disseram estar frustradas com o que descreveram como uma resposta tímida dos aliados após descobrirem o envio de tropas norte-coreanas para a Rússia.

Mas no mês passado, o presidente americano, Joe Biden, respondeu diretamente, concedendo à Ucrânia permissão para usar mísseis de longo alcance americanos contra certos alvos militares além da fronteira, porque a Rússia havia trazido tropas norte-coreanas para a guerra, disseram autoridades dos EUA na época. Em junho, o presidente Vladimir Putin, da Rússia, e Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, renovaram um pacto de defesa mútua, aprofundando laços que vão além da Guerra Fria.

Ucrânia e Coreia do Sul alertaram pela primeira vez sobre o movimento de tropas norte-coreanas para a Rússia em meados de outubro. No início de novembro, o general Ryder disse que pelo menos 10 mil tropas norte-coreanas viajaram milhares de quilômetros do leste da Rússia até a região de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia.

Há rumores diários sobre os norte-coreanos — o que estão comendo, onde estão e como se comunicam com os russos. As declarações de segunda-feira, no entanto, representaram a primeira confirmação oficial do Pentágono de que os norte-coreanos estão envolvidos em combates em Kursk. Até o momento, o envio das tropas norte-coreanas tem se limitado ao território russo.

Oleksiy Melnyk, analista militar e ex-comandante ucraniano, disse que o número de tropas é relativamente pequeno, mas pode ter enormes implicações se a Rússia fornecer qualquer tecnologia avançada à Coreia do Norte em troca de sua ajuda.

O movimento também foi projetado para provocar o Ocidente, disse ele.

"É apenas um teste de terreno — disse Melnyk, agora alto funcionário do Centro Razumkov, um instituto sem fins lucrativos em Kiev". "Qual será a reação do Ocidente?"

O presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, disse no sábado que a Rússia começou a usar um número significativo de soldados norte-coreanos em ataques em Kursk. Ele também afirmou que a Ucrânia tem informações "sugerindo que seu uso pode se estender a outras partes da linha de frente."

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