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Pentágono diz que China ativou mais de 100 mísseis intercontinentais em novos silos

Relatório preliminar aponta expansão acelerada do arsenal nuclear chinês e falta de interesse de Pequim em negociações de controle de armas

Publicado em 22 de dezembro de 2025 às 16h10.

A China provavelmente já carregou mais de 100 mísseis balísticos intercontinentais (intercontinental ballistic missiles, ICBMs) em seus três campos de silos mais recentes, segundo um relatório preliminar do Pentágono obtido pela agência Reuters. O documento destaca a rápida expansão e modernização do arsenal nuclear chinês e avalia que Pequim não demonstra interesse em negociações de controle de armas.

De acordo com o relatório, a China vem expandindo seu estoque nuclear mais rapidamente do que qualquer outra potência com armas atômicas, apesar de manter um discurso oficial de autodefesa. Autoridades chinesas reagiram afirmando que as acusações buscam “difamar e caluniar a China” e “enganar deliberadamente a comunidade internacional”.

No mês passado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que poderia estar trabalhando em um plano de desnuclearização envolvendo China e Rússia. No entanto, o rascunho do relatório do Departamento de Defesa dos EUA afirma que Pequim não demonstra disposição para esse tipo de diálogo.

“Continuamos a não ver qualquer apetite de Pequim para buscar tais medidas ou discussões mais abrangentes sobre controle de armas”, afirma o documento. O texto sustenta que a postura chinesa contrasta com iniciativas anteriores de Washington para ampliar acordos multilaterais.

O relatório detalha que a China provavelmente posicionou mais de 100 ICBMs DF-31, de combustível sólido, em campos de silo próximos à fronteira com a Mongólia. O Pentágono já havia informado sobre a existência desses locais, mas não havia divulgado anteriormente o número estimado de mísseis instalados.

Procurados, representantes do Pentágono se recusaram a comentar o conteúdo do relatório preliminar. A embaixada da China em Washington também não respondeu de imediato aos pedidos de comentário. Autoridades norte-americanas ressaltaram que o texto ainda pode sofrer alterações antes de ser enviado ao Congresso.

Estoque nuclear e tensão regional

Segundo o rascunho, o estoque de ogivas nucleares da China estava em torno de 600 unidades em 2024, refletindo “uma taxa de produção mais lenta em comparação com anos anteriores”. Ainda assim, o Pentágono avalia que o país está no caminho para ultrapassar a marca de 1.000 ogivas até 2030.

A China afirma seguir uma “estratégia nuclear de autodefesa” e manter uma política de “não primeiro uso” de armas nucleares. O relatório, porém, associa a expansão do arsenal a ambições militares mais amplas, especialmente em relação a Taiwan.

O documento afirma que Pequim espera estar apta a “lutar e vencer uma guerra em Taiwan até o final de 2027”. Entre as opções avaliadas, estariam ataques a distâncias de até 2.000 milhas náuticas, o que poderia “desafiar seriamente” a presença militar dos EUA na região da Ásia-Pacífico.

O relatório é divulgado a menos de dois meses do fim do prazo do New START, tratado assinado em 2010 entre Estados Unidos e Rússia que limita o número de ogivas nucleares estratégicas e sistemas de lançamento. Até o momento, não há acordo que substitua o pacto, nem sinal de adesão da China a um regime trilateral de controle de armas.

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