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Pentágono apoiou proposta de armar oposição síria

No entanto, o governo de Barack Obama, preocupado com os riscos de introduzir mais armas no conflito entre rebeldes sírios e o regime de Bashar al-Assad, rejeitou a ideia


	Leon Panetta, secretário de Defesa americano: ideia foi proposta no verão de 2012 (hemisfério norte) pela então secretária de Estado, Hillary Clinton
 (Alex Wong/AFP)

Leon Panetta, secretário de Defesa americano: ideia foi proposta no verão de 2012 (hemisfério norte) pela então secretária de Estado, Hillary Clinton (Alex Wong/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2013 às 20h55.

Washington - O Pentágono apoiou no verão passado (hemisfério norte) a proposta de armar a oposição síria, reconheceu nesta quinta-feira o secretário de Defesa americano, Leon Panetta, em uma audiência na qual também defendeu a gestão ante o ataque contra o consulado de seu país em Benghazi.

No entanto, o governo de Barack Obama, preocupado com os riscos de introduzir mais armas no conflito entre rebeldes sírios e o regime de Bashar al-Assad, rejeitou a ideia, limitando-se a oferecer ajuda humanitária.

A ideia foi proposta no verão de 2012 (hemisfério norte) pela então secretária de Estado, Hillary Clinton, após uma reunião em particular com David Petraeus, que nesse momento comandava a CIA.

O plano apresentado à Casa Branca, que não foi adotado, tinha como objetivo investigar os grupos rebeldes e treinar homens, segundo publicou o jornal New York Times, citando fontes oficiais.

Em sua audiência no Comitê de Segurança do Senado, tanto Panetta como o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Martin Dempsey, admitiram sem hesitação que ambos haviam apoiado a recomendação de Hillary e Petraeus.


Em uma entrevista exclusiva concedida na semana passada à AFP, Panetta falou da crescente preocupação por parte de Washington de que o caos na Síria permita ao Hezbollah ter acesso a um sofisticado armamento fornecido pelo regime de Damasco.

Panetta também fez referência à gestão do Pentágono durante o ataque ao consulado de Benghazi em setembro passado, argumentando que as forças armadas não são um serviço de emergência ao qual se pode recorrer ligando para o 911.

"As Forças Armadas dos Estados Unidos não são, e francamente, não deveriam ser um serviço 911 capaz de chegar ao lugar em poucos minutos diante de qualquer acontecimento imprevisto no mundo", declarou o secretário à comissão, que atua para esclarecer as circunstâncias do atentado de 11 de setembro de 2012 em Benghazi (leste da Líbia) no qual morreram o embaixador Christopher Stevens e outros três americanos.

"As Forças Armadas não têm nem os recursos nem a responsabilidade de manter um quartel de bombeiros em cada estabelecimento americano que existe no mundo", defendeu.

O ataque, praticado com armas de guerra e explosivos por militantes islamitas, desencadeou uma tempestade política dentro dos Estados Unidos, agitada pela oposição republicana contra o governo de Barack Obama, e em especial contra a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, que no final de janeiro defendeu fortemente a atuação de seu Departamento após o ataque, e lamentou "profundamente" a morte de seus compatriotas.

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