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Pelo menos 108 jornalistas foram assassinados em 2013

Segundo Federação Internacional de Jornalistas (IFJ), número representa uma ligeira queda de 10% com relação ao ano anterior


	Cameraman filma ofensiva militar: conflito na Síria transforma país no primeiro da lista dos mais perigosos para os meios de comunicação em 2013
 (Getty Images)

Cameraman filma ofensiva militar: conflito na Síria transforma país no primeiro da lista dos mais perigosos para os meios de comunicação em 2013 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 21h50.

Bruxelas - Pelo menos 108 jornalistas e outros trabalhadores de meios de comunicação foram assassinados em 2013, segundo dados da Federação Internacional de Jornalistas (IFJ), o que representa uma ligeira queda de 10% com relação ao ano anterior.

Ao longo de 2013, 15 jornalistas perderam suas vidas em acidentes ou por conta de doenças durante coberturas, indicou a IFJ em comunicado, no qual enumerou as causas dos assassinatos.

Os jornalistas e os demais funcionários dos meios de comunicação foram vítimas mortais de ataques seletivos, bombas, explosões e incidentes de fogo cruzado no mundo todo.

A 23ª lista anual da IFJ mostra que as regiões mais letais para os jornalistas foram Ásia-Pacífico, com 29% dos assassinatos (31), Oriente Médio e o mundo árabe com 27% do total (29) e África (22).

A América Latina se situou na quarta posição, com pelo menos 20 assassinatos de jornalistas. Já na Europa, houve três jornalistas assassinados.

O número de assassinatos é ligeiramente menor (10%) que o do ano anterior, mas continua sendo muito elevado e a IFJ pediu aos Governos de todo o mundo que tentem colocar fim à impunidade da violência exercida contra os repórteres e comunicadores.

O atual conflito na Síria transforma esse país árabe no primeiro da lista dos mais perigosos para os meios de comunicação em 2013, enquanto a violência e a corrupção nas Filipinas, os insurgentes no Paquistão e o terrorismo, além do crime organizado no Iraque e Índia, somam entre todos a maioria das vítimas.


A IFJ ressaltou que, "enquanto diminuem os assassinatos, os níveis de violência seguem sendo inaceitáveis e persiste a necessidade urgente que os Governos reforcem a proteção dos jornalistas e assumam seu direito elementar à vida".

Nesse sentido, a IFJ pediu a países tais como as Filipinas, Paquistão e Iraque que tomem "decisões drásticas para reduzir o banho de sangue na imprensa".

A IFJ também assinalou que os números mostram um aumento da violência contra as mulheres jornalistas.

Seis delas perderam sua vida neste ano, enquanto muitas outras foram vítimas de intimidação, discriminação e abuso sexual.

Segundo as estatísticas da IFJ, muitos jornalistas se transformaram em alvo selecionado só por fazer seu trabalho e com a clara intenção de fazê-los ficarem calados.

Isso "obriga a uma precisa e necessária melhora da proteção e a segurança dos jornalistas para conseguir o conseguinte castigo dos autores de atos de violência contra a imprensa", afirmou a IFJ.

Em outubro deste ano, a IFJ lançou sua campanha "Terminar com a Impunidade da violência contra os jornalistas" que pede aos Governos com maiores níveis de violência contra jornalistas que averigúem esses assassinatos e levem aos autores perante a justiça.

"Está claro que não há sinais que esse tipo de ações horríveis contra os jornalistas venham a diminuir," indicou a secretária-geral da IFJ, Beth Costa.

A Federação avaliou que a ONU estabeleceu em 2 de novembro de cada ano como o Dia Internacional contra a impunidade dos crimes contra jornalistas, e aproveitou a ocasião para pedir a todos os países do mundo a assumir imediatamente ações de proteção para a segurança e a liberdade dos jornalistas.

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