Cliente em supermercado em San Francisco, Califórnia (Justin Sullivan/AFP)
Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 12h11.
Última atualização em 5 de dezembro de 2025 às 12h15.
O governo americano divulgou nesta sexta-feira, 5, os dados de inflação do indicador PCE, referentes a setembro. Naquele mês, os preços subiram 0,4% na variação mensal e 2,8% no acumulado de 12 meses.
No núcleo do PCE, que exclui gastos com comida e energia, a alta foi de 0,2%.
Em agosto, o indicador completo teve alta de 2,6% em junho e julho e de 2,7% em agosto.
Economistas ouvidos pelo Wall Street Journal esperavam alta anual de 2,8% no indicador completo em setembro, e de 2,9% no núcleo, que exclui gastos com comida e energia, que são mais voláteis.
A demora na divulgação dos dados se deveu à paralisação do governo dos EUA, por falta de verbas. O Congresso não conseguia chegar a um acordo sobre o Orçamento e, assim, diversos setores do governo ficaram inoperantes por 43 dias. O retorno ocorreu só em 13 de novembro.
O PCE (Gastos de Consumo Pessoal) é o principal indicador usado pelo FED, o banco central americano, para calibrar a taxa de juros dos Estados Unidos.
O FED iniciou um ciclo de corte de juros em setembro, ampliado em novembro. A taxa atualmente está na faixa de 3,75% a 4% ao ano.
Os juros altos nos EUA atraem mais capitais ao país, o que reduz o fluxo para outros países, como o Brasil, que passam a ter mais dificuldade para captar recursos. A alta nos juros americanos também influencia a queda na taxa de juros do Brasil.
Neste ano, Trump aplicou uma série de tarifas de importação a quase todos os países do mundo. O Brasil, por exemplo, foi alvo de tarifas de 50%. No entanto, o líder americano recuou em várias delas, cancelando ou suspendendo as medidas, além de dar isenções para diversos produtos.
Assim, o impacto das tarifas sobre os preços nos EUA ainda está sendo analisado. Especialistas apontam que o efeito foi limitado pela presença de muitos estoques e de compras feitas antes das tarifas e pelos recuos de Trump.