PCE: índice de inflação nos EUA atinge 2,1% em setembro
Indicador de preços de consumo pessoal é usado pelo Fed para definir taxa de juros do país
Repórter de macroeconomia
Publicado em 31 de outubro de 2024 às 09h42.
Última atualização em 31 de outubro de 2024 às 10h33.
O PCE (índice de preço de consumo pessoal), um dos principais indicadores de inflação dos Estados Unidos, atingiu 2,1% em setembro, informou o BEA (Departamento de Análises Econômicas) nesta quinta, 31. O valor se refere à soma dos últimos 12 meses.
O indicador vem em queda há três meses: atingiu 2,5% em julho e 2,3% em agosto
No mês passado, a inflação mensal de consumo, considerando apenas o mês de setembro, subiu 0,2% no índice completo do PCE. No indicador que exclui gastos com comida e energia, que são mais voláteis, houve alta de 0,3%. A taxa anualizada dessa categoria está em 2,7%.
Os preços de comida aumentaram 1,2% na comparação com o ano anterior, e os de serviços subiram 3,7%. Já o custo da energia caiu 8,1% no período.
O BEA também informou que a renda pessoal dos americanos subiu 0,3% em setembro, também dentro da média dos últimos meses.
Taxa de juros dos EUA
O mercado fica de olho nestes índices por serem os principais termômetros do Federal Reserve (Fed, banco central americano) para medir a inflação do país. O Fed subiu as taxas de juros para tentar conter a inflação que veio após a pandemia, e começou um movimento de baixa em setembro.
A taxa de juros foi reduzida para a faixa entre 4,75% e 5%, e a maioria do mercado espera uma nova baixa na próxima reunião do Fed, em 11 de novembro.
Na quinta, 30, foram divulgados dados do PIB dos EUA, que registrou alta: a taxa anualizada atingiu 2,8% no terceiro trimestre do ano.
“Em conjunto com os indicadores robustos do PIB divulgados ontem, os números do PCE de setembro não devem alterar significativamente a continuidade do ciclo de afrouxamento monetário iniciado em setembro. Os contratos de juros apontam para uma redução de 0,25 ponto percentual na reunião da semana que vem, mas já emerge uma divisão clara nas apostas para o movimento em dezembro, com um pouco mais de probabilidade para uma pausa nas reduções", diz Danilo Igliori economista-chefe da Nomad.
A inflação tem sido um dos principais temas da campanha eleitoral nos Estados Unidos. Os republicanos, hoje na oposição, acusam a gestão do presidente Joe Biden de não conseguir controlar os preços, que seguem em alta desde a pandemia. Biden desistiu de disputar a reeleição, em julho, e sua vice, Kamala Harris, se tornou a candidata democrata à Presidência.
A eleição presidencial dos EUA será em 5 de novembro, e as pesquisas mostram uma situação de empate técnico entre Kamala e o ex-presidente Donald Trump, com ligeira vantagem para a democrata.