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Paz à vista? Negociações caminham e Ucrânia vê forte sinal de acordo

Discussões diplomáticas devem ter desfecho positivo, diz líder ucraniano; Rússia é uma das maiores fornecedoras de gás natural para a Europa

Exposição sobre a 2ª Guerra Mundial em Kiev, na Ucrânia: Europa discute saída diplomática para crise com a Rússia (Sean Gallup/Getty Images)
Drc

Da redação, com agências

Publicado em 26 de janeiro de 2022 às 10h04.

Última atualização em 26 de janeiro de 2022 às 10h06.

As negociações envolvendo quatro partes entre Ucrânia , Rússia, Alemanha e França marcadas para Paris são um forte sinal para alcançar a paz no leste ucraniano, disse Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente da Ucrânia, ao chegar à capital francesa.

"Finalmente conseguimos desbloquear o formato --e é um forte sinal de prontidão para um acordo pacífico. Esperança de um diálogo construtivo no interesse (da Ucrânia)", disse ele no Twitter.

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Diante da pressão dos Estados Unidos por sanções contra a Rússia, em razão da crise na Ucrânia, os países europeus recuaram. Até o momento, também não houve consenso sobre uma retaliação a uma eventual invasão do país. O presidente russo, Vladimir Putin, vem repetindo que não pretende se engajar em uma campanha militar. Líderes ocidentais, como Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, afirmam, por outro lado, que haveria planos da Rússia em invadir o país. Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, chegou a dizer que o Kremlin havia planejado tomar a capital ucraniana, Kiev.

A crise do gás natural pode ter tido algum peso nas discussões diplomáticas lideradas pela França -- uma nova rodada de conversas teve início nesta quarta-feira, dia 26. A Rússia é uma das principais fornecedores do insumo para a Europa, sendo que um importante ramal de gasodutos passa pela Ucrânia. No ano passado, o preço do gás natural aumentou 1.000% nos países europeus, em boa parte por causa da alta demanda provocada pela retomada da atividade econômica e problemas no fornecimento.

O conflito recente começou quando a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) divulgou a intenção de tornar a Ucrânia um de seus membros. Com isso, tropas ocidentais teriam sinal verde para se posicionar na fronteira da Ucrânia com a Rússia. Putin declarou então que não permitiria a adesão do país vizinho à Otam, desencadeando reações dos Estados Unidos e Europa.

A Rússia anexou a Crimeia, território que foi dominado pelo antigo Império Russo em 1783 -- nos séculos anteriores, uma ondas de invasões, de persas, gregos e mongóis, marcou sua história, até que, em 1991, com a dissolução da União Soviética, tornou-se uma república autônoma dentro da Ucrânia. As Nações Unidas e boa parte da comunidade internacional consideram que a Crimeia está sob ocupação russa, o que constititui uma das maiores fontes de conflito entre o Ocidente e a Rússia. A Ucrãnia reinvidica o território e, a cada ameaça de agressão do Kremlin, a questão vem à tona.

A Crimeia se localiza em uma área rica em gás natural e petróleo. Em relação ao gás, cerca de 70% das reservas estão concentradas em apenas dois blocos, o que facilita sua exploração. Ao invadir a península, localizada à beira do Mar Negro, a Rússia se apropriou de duas estatais de óleo e gás ucranianas que operavam no local.

Multinacionais do setor, como as americanas ExxonMobil e Chevron, fizeram investimentos pesados na exploração de petróleo na Ucrânia sem, no entanto, avançar muito. A forte presença do Estado na economia, especialmente no setor petrolífero, é considerada uma das barreiras para a evolução da participação do setor privado -- e de grandes multinacionais -- no setor, assim como casos de corrupção e o que é apontado como um excesso de regulamentação.

 

 

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