O chanceler búlgaro Nikolai Mladenov concordou com Patriota que cabe à ONU aprovar as novas instituições líbias (Dimitar Dilkoff/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de setembro de 2011 às 08h47.
Sofia - O chanceler brasileiro Antonio Patriota declarou nesta sexta-feira, em Sofia, que corresponderá à Assembleia Geral da ONU determinar quem é o representante legítimo da Líbia, onde as forças rebeldes expulsaram do poder o coronel Muammar Kadafi.
"Não consideramos necessário nos pronunciarmos nesta etapa (...). Acreditamos que a próxima Assembleia Geral da ONU decidirá quem é o representante legítimo da Líbia ante os fóruns internacionais", afirmou Patriota depois de reunir-se com seu colega búlgaro, Nikolai Mladenov.
O Brasil, que ocupa um assento não permanente no Conselho de Segurança da ONU, não reconheceu o Conselho Nacional de Transição (CNT), órgão político das forças anti-Kadafi que controlam a maior parte do território líbio. Mas o embaixador brasileiro no Egito, Cesario Melantonio, participou na Conferência de Amigos da Líbia, que foi realizada na quinta-feira em Paris para organizar a era pós-Kadafi.
"Nossa participação na Conferência de Paris implica que consideramos o CNT como um interlocutor neste processo", destacou Patriota.
Segundo o chefe da diplomacia brasileira, "a principal mensagem (da Conferência de Paris) nesta etapa da comunidade internacional deve insistir em um cessar-fogo imediato (...), em um calendário da transição na Líbia e na celebração de eleições".
"E a ONU deve vigiar a situação, tanto antes como depois do cessar das hostilidades", enfatizou.
Mladenov concordou que "as novas instituições líbia devem se instalar com mandato da ONU".