A Assembleia Nacional deverá se reunir pela primeira vez em 29 de fevereiro, quando será formalizada a coalizão (Shahid ALI/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 21 de fevereiro de 2024 às 08h20.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2024 às 08h23.
Os dois partidos dinásticos do Paquistão anunciaram um acordo para compartilhar o poder que permitirá ao ex-governante Shehbaz Sharif assumir como primeiro-ministro, após as últimas eleições em que não houve um claro ganhador.
A Liga Muçulmana do Paquistão (PML-N), apoiada pelos militares, e o Partido do Povo Paquistanês (PPP) anunciaram na noite desta terça-feira, 20, que haviam concluído uma negociação para formar um governo de coalizão que incluirá diversos partidos menores.
Os candidatos leais ao ex-primeiro-ministro Imran Khan, que está preso, obtiveram mais cadeiras, mas foram obrigados a concorrer como independentes por causa da inabilitação de seu partido.
Sob o acordo, o líder do PML-N, Sharif, assumirá como primeiro-ministro enquanto Asif Ali Zardari, marido da ex-primeira-ministra assassinada Benazir Bhutto, será o presidente.
Os dois partidos "alcançaram os números e formaremos governo", indicou o presidente do PPP, Bilawal Bhutto Zardari, filho de Zardari e Bhutto, em uma coletiva de imprensa tarde da noite desta terça-feira.
Sharif acrescentou que, "depois de 76 anos, ainda dependemos de empréstimos e superar esta situação é mais fácil falar do que fazer. Enfrentamos desafios importantes".
A Assembleia Nacional deverá se reunir pela primeira vez em 29 de fevereiro, quando será formalizada a coalizão.
A eleição se desenvolveu entre denúncias de fraude e manipulação de resultados, depois que as autoridades desconectaram a rede de telefonia móvel no dia das eleições, supostamente por motivos de segurança.
Os dois partidos se uniram em 2022 para depor o então primeiro-ministro Khan em uma moção de censura, antes de chegarem a um acordo para compartilhar o poder até a dissolução da Assembleia Nacional em agosto, antes das eleições.
Khan, um ex-astro de críquete, está preso desde agosto após ser condenado por corrupção, traição e matrimônio ilegal, acusações que, de acordo com seus correligionários, foram inventadas para evitar seu retorno ao poder.