Giorgos Karatzaferis é o fundador do partido, cuja ideologia é uma mistura de nacionalismo radical, liberalismo extremo e xenofobia, incluindo o antissemitismo aberto (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2011 às 18h21.
Atenas - Pela primeira vez na história da democracia na Grécia um partido extremista faz parte do governo nacional, com a entrada, nesta sexta-feira, da ultraconservadora Concentração Popular Ortodoxa (Laos) no novo Executivo
A Laos será representada no governo pelo ministro de Infraestrutura e Transporte, Mavroudis Voridis, um ministro suplente e dois vice-ministros.
O partido foi fundado pouco depois das eleições do ano 2000 pelo ex-deputado Giorgos Karatzaferis após deixar sua então legenda, a Nova Democracia (ND).
A formação extremista participou pela primeira vez das eleições em 2004, quando obteve 2,7% dos votos, sem conseguir cadeiras. No entanto, três meses depois, recebeu 4,1% nas eleições europeias, ganhando uma cadeira no Parlamento Europeu, ocupada pelo próprio Karatzaferis.
Nas eleições gerais de 2007, a Laos conseguiu entrar pela primeira vez no parlamento nacional grego, com 3,8% dos votos, garantindo 10 cadeiras. Dois anos mais tarde, aumentou seu apoio popular para 5,5%, equivalente a 15 assentos.
A ideologia desse partido, que conta com bons contatos e relações com a Igreja Ortodoxa grega, é uma mistura de nacionalismo radical, liberalismo extremo e xenofobia, incluindo o antissemitismo aberto.
O próprio Voridis, primeiro membro do Laos a ocupar uma pasta ministerial, foi militante em diversos grupos paramilitares de extrema-direita nos anos 1980 e 1990.
Já o líder do partido, Giorgos Karatzaferis, protagonizou vários escândalos por seus comentários antissemitas, feitos inclusive no Parlamento grego.