Rixi Moncada: partido governista não reconhece eleição e acusa interferência externa. (Orlando SIERRA / AFP via Getty Images)
Repórter
Publicado em 8 de dezembro de 2025 às 08h02.
O partido governista Livre afirmou neste domingo, 7, que não reconhece as eleições presidenciais em Honduras por considerar que o pleito ocorreu sob “interferência” dos Estados Unidos.
A disputa segue indefinida, com a divulgação da apuração paralisada pelo segundo dia consecutivo. O empresário de direita Nasry Asfura, apoiado pelo presidente americano Donald Trump, mantém uma pequena vantagem sobre Salvador Nasralla, do Partido Liberal.
A candidata governista, Rixi Moncada, aparece em terceiro lugar. No comunicado divulgado pelo Livre, o partido pediu a “nulidade total” das eleições e afirmou que solicitará investigação sobre supostos “atos de terrorismo eleitoral” vinculados ao sistema de transmissão de resultados. A legenda também convocou protestos e orientou servidores públicos a não cooperar com a transição.
A presidente Xiomara Castro não comentou a posição de seu partido.
Marlon Ochoa, integrante do Livre e membro do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), afirmou que falhas técnicas explicam a falta de atualização dos resultados. O CNE teria recebido cerca de 5 mil atas enviadas no dia da eleição registradas como “zeradas” no sistema. O órgão é composto por representantes dos três principais partidos do país.
Nasralla criticou a paralisação da contagem e declarou que a população permanece “em suspense”. O candidato afirmou que “corruptos” estariam travando o processo no CNE.
Uma empresa colombiana contratada para transmissão e divulgação dos resultados também é acusada pela lentidão. Segundo Nasralla, a empresa deve prestar esclarecimentos sobre a demora.
Na atualização mais recente do CNE, com 88,6% das atas apuradas, Asfura, do Partido Nacional, registra 40,19% dos votos. Nasralla soma 39,49%, enquanto Moncada tem 19,30%. A diferença apertada e os problemas de transmissão mantêm o país em clima de incerteza política.