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Partido de Erdogan terá 2 rivais nas eleições da Turquia

O governante partido islamita turco AKP terá dois rivais nas eleições presidenciais da Turquia, um do partido pró-curdo e outro da oposição laica

Recep Tayyip Erdogan: Turquia elegerá pela 1ª vez seu presidente por voto popular (ADEM ALTAN/AFP)
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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2014 às 13h18.

Ancara - O governante partido islamita turco AKP, liderado pelo primeiro-ministro Recep Tayyp Erdogan , terá dois rivais nas eleições presidenciais da Turquia , um do partido pró-curdo e outro da oposição laica.

Às vésperas do anúncio da candidatura de Erdogan, que deve oficializar seu compromisso amanhã, o pró-curdo Partido do Povo (HDP) anunciou hoje a candidatura de Selahattin Demirtas.

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Em entrevista à imprensa local, o líder do HDP destacou que, ao contrário dos outros dois candidatos - ambos "do Estado" -, ele é o "candidato do povo".

Os analistas e a imprensa local esperam com grande expectativa o anúncio da candidatura de Erdogan, previsto para ser realizado amanhã, em um ato para 4 mil convidados, em Ancara.

Ontem, o diplomata e islamita moderado Ekmeleddin Ihsanoglu, como líder dos partidos opositores seculares CHP (social-democrata) e MHP (nacionalista), oficializou sua candidatura com as assinaturas de 161 deputados de apoio.

No entanto, um grupo de 21 deputados do CHP se negou a realizar essa assinatura por considerar que a candidatura de Ihsanoglu não corresponde aos princípios seculares do partido, já que, segundo alegaram, o islamita moderado não é muito diferente de Erdogan.

O candidato do CHP e MHP é o antigo chefe da Organização de Cooperação Islâmica (OIC), cargo ao que chegou então com o forte apoio de Erdogan.

O CHP o apresenta agora como um respeitado cientista, comprometido com os princípios seculares da República turca.

Em caso de uma candidatura e vitória eleitoral de Erdogan, a Turquia poderia seguir o modelo russo de troca de poderes entre presidente (Vladimir Putin) e primeiro-ministro (Dimitri Medvedev).

No entanto, vários analistas turcos duvidam que o atual presidente turco, Abdullah Gül, aceite ser primeiro-ministro sob a sombra de Erdogan

Gül confirmou ontem que não se apresentará à reeleição por um novo mandato de cinco anos, mas não descartou a possibilidade de aceitar ser o novo primeiro-ministro. "Essas coisas serão faladas mais adiante", declarou.

Nas eleições do próximo mês de agosto, que terão um primeiro turno realizado no dia 10, a Turquia elegerá pela primeira vez seu presidente mediante ao voto popular.

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