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Parlamento do Egito desafia justiça e militares

O presidente islamita Mohamed Mursi ordenou o restabelecimento do Parlamento que foi dissolvido em junho pelo Exército

O presidente Mohamed Mursi (D) com o marechal Hussein Tantawi, que comanda o conselho militar: alguns chamaram o decreto de "golpe de Estado constitucional" (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2012 às 08h36.

Cairo - A Assembleia do Povo do Egito , dissolvida em junho, se reuniu na manhã desta terça-feira após um decreto do presidente islamita Mohamed Mursi que ordenou o restabelecimento do Parlamento, em um claro desafio ao Exército e à justiça.

"Hoje falamos do mecanismo de aplicação da decisão da Alta Corte Constitucional que invalidou as recentes eleições legislativas", declarou o presidente da Assembleia, Saad al-Katatni.

"O Parlamento conhece bem seus direitos e deveres, não interfere nos assuntos do Poder Judiciário e não comenta os veredictos da justiça", acrescentou.

"Quero destacar que não estamos em contradição com o veredicto", completou, antes de suspender a sessão.

A Irmandade Muçulmana, grupo do qual o presidente Mohamed Morsi é integrante e que domina a Câmara, apoiou o restabelecimento do Parlamento, mas deputados de outros partidos, em particular os liberais, decidiram boicotar a sessão de terça-feira e alguns chamaram o decreto de Mursi de "golpe de Estado constitucional".

A Alta Corte Constitucional, que em 14 de junho decretou que a Assembleia não era válida em consequência de um vício jurídico na lei eleitoral, rejeitou na segunda-feira o decreto presidencial que ordena o retorno do Parlamento.

"Os veredictos e o conjunto das decisões da Alta Corte Constitucional são definitivos e são coercitivos para todas as instituições do Estado", afirma um comunicado do tribunal.

Depois da dissolução da Assembleia, os militares - aos quais Hosni Mubarak, expulso do poder em fevereiro de 2011, entregou o comando do país - recuperaram o poder legislativo, provocando a revolta dos manifestantes que desejam ver o Exército fora da vida política.

O Exército pediu o respeito da lei e da Constituição.

A Irmandade Muçulmana anunciou protestos nesta terça-feira para apoiar as decisões do presidente e o restabelecimento do Parlamento.

Durante uma visita ao Vietnã, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu um "diálogo intensivo" entre todas as partes envolvidas na crise no Egito para buscar uma saída à crise.

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Cairo - A Assembleia do Povo do Egito , dissolvida em junho, se reuniu na manhã desta terça-feira após um decreto do presidente islamita Mohamed Mursi que ordenou o restabelecimento do Parlamento, em um claro desafio ao Exército e à justiça.

"Hoje falamos do mecanismo de aplicação da decisão da Alta Corte Constitucional que invalidou as recentes eleições legislativas", declarou o presidente da Assembleia, Saad al-Katatni.

"O Parlamento conhece bem seus direitos e deveres, não interfere nos assuntos do Poder Judiciário e não comenta os veredictos da justiça", acrescentou.

"Quero destacar que não estamos em contradição com o veredicto", completou, antes de suspender a sessão.

A Irmandade Muçulmana, grupo do qual o presidente Mohamed Morsi é integrante e que domina a Câmara, apoiou o restabelecimento do Parlamento, mas deputados de outros partidos, em particular os liberais, decidiram boicotar a sessão de terça-feira e alguns chamaram o decreto de Mursi de "golpe de Estado constitucional".

A Alta Corte Constitucional, que em 14 de junho decretou que a Assembleia não era válida em consequência de um vício jurídico na lei eleitoral, rejeitou na segunda-feira o decreto presidencial que ordena o retorno do Parlamento.

"Os veredictos e o conjunto das decisões da Alta Corte Constitucional são definitivos e são coercitivos para todas as instituições do Estado", afirma um comunicado do tribunal.

Depois da dissolução da Assembleia, os militares - aos quais Hosni Mubarak, expulso do poder em fevereiro de 2011, entregou o comando do país - recuperaram o poder legislativo, provocando a revolta dos manifestantes que desejam ver o Exército fora da vida política.

O Exército pediu o respeito da lei e da Constituição.

A Irmandade Muçulmana anunciou protestos nesta terça-feira para apoiar as decisões do presidente e o restabelecimento do Parlamento.

Durante uma visita ao Vietnã, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu um "diálogo intensivo" entre todas as partes envolvidas na crise no Egito para buscar uma saída à crise.

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