Parlamento de Hong Kong rejeita reforma eleitoral
Deputados pró-democracia votaram "Não" ao texto que estabelecia regras para a eleição do chefe do Executivo, permitindo a Pequim fazer pré-seleção de candidatos
Da Redação
Publicado em 18 de junho de 2015 às 08h49.
Os deputados pró-democracia de Hong Kong derrubaram nesta quinta-feira o projeto de reforma eleitoral que provocou muitos protestos ano passado, em um ato de desafio a Pequim, que havia alertado para o "caos" no caso de rejeição do texto.
Todos os deputados pró-democracia votaram "Não" ao texto que estabelecia as regras para a eleição do chefe do Executivo da ex-colônia britânica em 2017 e incluía pela primeira vez o sufrágio universal, mas que também permitia a Pequim fazer uma pré-seleção dos candidatos.
"A mensagem que enviamos ao governo central do povo (o governo chinês) e ao governo de Hong Kong é que os cidadãos de Hong Kong não aceitam a paródia de democracia", declarou o presidente do Partido Cívico, Alan Leong.
Do lado de fora do Parlamento, militantes pró-democracia comemoraram o resultado.
"Estou muito feliz", declarou Ken Tsang, um técnico de informática de 30 anos, que criticou um texto "não democrático" feito por "aqueles que já estão no poder".
O texto precisa receber pelo menos dois terços dos 70 votos no Conselho Legislativo para ser aprovado.
Mas o projeto foi rejeitado pelos 27 deputados da bancada pró-democracia e por um parlamentar ligado ao governo, recebendo apenas oito votos a favor.
Alguns deputados leais a Pequim, que haviam solicitado, sem sucesso, a suspensão da sessão, abandonaram o Parlamento antes da votação.
"Não temos ideia do que aconteceu com o restante do grupo que decidiu repentinamente abandonar o plenário", disse James Tien, do Partido Liberal, formação governista.
"Decidimos ficar e votar contra", completou.
O projeto de reforma, elaborado pelas autoridades locais sob o controle do governo central chinês, contemplava pela primeira vez a eleição por sufrágio sufrágio universal do chefe do Executivo local, que até agora é escolhido por uma votação de grandes eleitores leais em Pequim.
No entanto, o Partido Comunista Chinês continuaria controlando o processo, já que permitiria a participação de apenas dois ou três candidatos pré-selecionados.
A ex-colônia britânica virou em 1997 um território da China com mais autonomia que o restante das regiões do país.
O anúncio da reforma provocou muitos protestos em 2014, liderados por ativistas pró-democracia que paralisaram parte da cidade durante mais de dois meses.
No plano político, nenhuma negociação parece possível.
"Mesmo que não consigamos um verdadeiro sufrágio universal, se não abandonamos o combate, não perderemos", declarou antes da votação o deputado Gary Fan, do movimento Neo-Democratas.
Suposto complô
Os deputados leais a Pequim consideravam que o projeto representava um avanço e que no caso de rejeição privaria Hong Kong da oportunidade de votar, o que provocaria mais um fator de desestabilizador.
"Se o projeto for vetado, o que acontecerá então? Acontecerá um novo Occupy?", perguntou Elizabeth Quat, integrante da Aliança Democrática para o Progresso de Hong Kong, um movimento favorável a Pequim, em referência aos protestos do ano passado.
As medidas de segurança foram reforladas ao redor do Parlamento, que fica no bairro financeiro da cidade, depois que a polícia informou ter impedido um suposto complô.
As autoridades anunciaram a detenção de 10 pessoas na segunda-feira, seis delas acusadas de conspiração para a fabricação de explosivos.
As detenções provocaram perplexidade e desconfiança no movimento pró-democracia, que teme um cenário para tentar desprestigiar os ativistas.
O jornal South China Morning Post informa que os suspeitos acusaram a polícia de agressão e ameaças.
Os deputados pró-democracia de Hong Kong derrubaram nesta quinta-feira o projeto de reforma eleitoral que provocou muitos protestos ano passado, em um ato de desafio a Pequim, que havia alertado para o "caos" no caso de rejeição do texto.
Todos os deputados pró-democracia votaram "Não" ao texto que estabelecia as regras para a eleição do chefe do Executivo da ex-colônia britânica em 2017 e incluía pela primeira vez o sufrágio universal, mas que também permitia a Pequim fazer uma pré-seleção dos candidatos.
"A mensagem que enviamos ao governo central do povo (o governo chinês) e ao governo de Hong Kong é que os cidadãos de Hong Kong não aceitam a paródia de democracia", declarou o presidente do Partido Cívico, Alan Leong.
Do lado de fora do Parlamento, militantes pró-democracia comemoraram o resultado.
"Estou muito feliz", declarou Ken Tsang, um técnico de informática de 30 anos, que criticou um texto "não democrático" feito por "aqueles que já estão no poder".
O texto precisa receber pelo menos dois terços dos 70 votos no Conselho Legislativo para ser aprovado.
Mas o projeto foi rejeitado pelos 27 deputados da bancada pró-democracia e por um parlamentar ligado ao governo, recebendo apenas oito votos a favor.
Alguns deputados leais a Pequim, que haviam solicitado, sem sucesso, a suspensão da sessão, abandonaram o Parlamento antes da votação.
"Não temos ideia do que aconteceu com o restante do grupo que decidiu repentinamente abandonar o plenário", disse James Tien, do Partido Liberal, formação governista.
"Decidimos ficar e votar contra", completou.
O projeto de reforma, elaborado pelas autoridades locais sob o controle do governo central chinês, contemplava pela primeira vez a eleição por sufrágio sufrágio universal do chefe do Executivo local, que até agora é escolhido por uma votação de grandes eleitores leais em Pequim.
No entanto, o Partido Comunista Chinês continuaria controlando o processo, já que permitiria a participação de apenas dois ou três candidatos pré-selecionados.
A ex-colônia britânica virou em 1997 um território da China com mais autonomia que o restante das regiões do país.
O anúncio da reforma provocou muitos protestos em 2014, liderados por ativistas pró-democracia que paralisaram parte da cidade durante mais de dois meses.
No plano político, nenhuma negociação parece possível.
"Mesmo que não consigamos um verdadeiro sufrágio universal, se não abandonamos o combate, não perderemos", declarou antes da votação o deputado Gary Fan, do movimento Neo-Democratas.
Suposto complô
Os deputados leais a Pequim consideravam que o projeto representava um avanço e que no caso de rejeição privaria Hong Kong da oportunidade de votar, o que provocaria mais um fator de desestabilizador.
"Se o projeto for vetado, o que acontecerá então? Acontecerá um novo Occupy?", perguntou Elizabeth Quat, integrante da Aliança Democrática para o Progresso de Hong Kong, um movimento favorável a Pequim, em referência aos protestos do ano passado.
As medidas de segurança foram reforladas ao redor do Parlamento, que fica no bairro financeiro da cidade, depois que a polícia informou ter impedido um suposto complô.
As autoridades anunciaram a detenção de 10 pessoas na segunda-feira, seis delas acusadas de conspiração para a fabricação de explosivos.
As detenções provocaram perplexidade e desconfiança no movimento pró-democracia, que teme um cenário para tentar desprestigiar os ativistas.
O jornal South China Morning Post informa que os suspeitos acusaram a polícia de agressão e ameaças.