Parlamento da Catalunha aprova resolução para independência
Votação, no entanto, deve ser declarada ilegal pelo governo central, que obteve a permissão do Senado espanhol para intervir na região
Gabriela Ruic
Publicado em 27 de outubro de 2017 às 11h33.
Última atualização em 27 de outubro de 2017 às 12h38.
São Paulo – O parlamento da Catalunha aprovou na manhã desta sexta-feira, 27, uma resolução pela declaração da independência da Espanha . A proposta aprovada permite ao governo que inicie um processo constituinte para proclamação da República.
A resolução foi aprovada por 70 dos 135 membros do parlamento. 10 deles votaram contra e dois em branco. Partidos de oposição ao líder catalão, CarlesPuigdemont, se recusaram a participar da sessão, que leva a crise política entre Catalunha e Madri a um novo nível.
Enquanto isso, na capital da Espanha, o Senado aprovou medidas interventivas, mais especificamente a aplicação do Artigo 155 da Constituição do país. Acredita-se que, em breve, a votação na Catalunha será declarada ilegal pelo governo central.
"Medidas excepcionais devem ser adotadas quando não há outro remédio", disse à casa o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy. Ainda não está claro como essa intervenção acontecerá, mas é possível que o governo dePuigdemontseja destituído e que Madri assuma o comando das forças policiais.
Em um tuíte, Rajoy pediu que a população do país tenha calma. "O Estado de Direito irá restaurar a legalidade na Catalunha", escreveu após a notícia da votação no parlamento regional.
Crise na Catalunha
O ano de 2017 está sendo de tensão na região autônoma da Espanha, depois que o governo catalão começou a pressionar Madri pela realização de um referendo popular sobre a sua independência.
O governo espanhol resistiu de todas as formas, mas não conseguiu impedir a realização da consulta pública, que aconteceu no último dia 1 de outubro.
Na ocasião, uma forte repressão da polícia em centros de votação acabou por deixar mais de 800 pessoas feridas. Ainda assim, o comparecimento às urnas foi de pouco mais de 42% do total de eleitores e a maioria deles escolheu pela independência.
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