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Parlamentares da UE aprovam resgate a mercado de carbono

Parlamento da região votou hoje a favor de uma medida para conter um excesso sem precedentes de direitos de poluição no Sistema de Comércio de Emissões do bloco


	Emissões de gases efeito estufa: permissões de carbono caíram até 3,5 por cento depois que membros da assembleia da UE aprovaram uma mudança na legislação
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Emissões de gases efeito estufa: permissões de carbono caíram até 3,5 por cento depois que membros da assembleia da UE aprovaram uma mudança na legislação (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2013 às 17h05.

Bruxelas - A União Europeia aprovou um plano de resgate para o maior mercado de gás de efeito estufa do mundo, colocando fim a mais de um ano de disputas políticas durante o qual os preços atingiram uma baixa recorde.

O Parlamento da região votou hoje a favor de uma medida para conter um excesso sem precedentes de direitos de poluição no Sistema de Comércio de Emissões (ETS, na sigla em inglês) do bloco, de US$ 72 bilhões, um acordo que a Société Générale SA disse que pode estimular uma subida de 7 por cento nos preços no ano que vem.

O plano é vital para restaurar a confiança no mercado, disse Johannes Teyssen, CEO da EON SE, maior empresa de serviços públicos da Alemanha.

Ele disse em fevereiro de 2012 que o sistema estava “morto”.

As permissões de carbono caíram até 3,5 por cento depois que membros da assembleia da UE aprovaram uma mudança na legislação que possibilita que elas sejam temporariamente retidas, um processo conhecido pelo termo em inglês backloading, para aliviar o excesso de oferta e elevar os preços dos níveis atuais, que a Comissão Europeia diz estarem muito baixos para incentivar investimentos em energia renovável.

A proposta, que ainda precisa de aprovação final dos ministros da UE, dividiu estados membros e a indústria durante 16 meses.

“O backloading é o primeiro passo, isso está totalmente claro”, disse a repórteres Matthias Groote, chefe do comitê de meio ambiente da assembleia e principal relator da medida, em Estrasburgo, após a votação. “Foi uma maioria segura, no final”.

As permissões de carbono da UE caíram para até 2,46 euros (US$ 3,38) a tonelada em 17 de abril e foram negociadas hoje a 5,02 euros no ICE Futures Europe, em Londres.

O índice de referência caiu 28 por cento desde janeiro, enquanto o indicador Standard Poor’s GSCI de 24 commodities escorregou 2,6 por cento e o índice Stoxx Europe 600 subiu 13 por cento.


Votação majoritária

Em Estrasburgo, 385 parlamentares votaram a favor da medida, 284 foram contra e 24 se abstiveram.

“É um sinal político extremamente importante que a comunidade europeia queira o ETS como o sistema principal”, disse Teyssen, da EON, em 2 de dezembro, em uma entrevista, em Bruxelas. “Nós apoiamos totalmente o backloading como o primeiro passo para aperfeiçoar esse instrumento”.

O excedente inchou para um recorde de 2 bilhões de toneladas no final do ano passado, segundo a UE. O montante provavelmente se ampliará para 2,2 bilhões até o final de 2013, diz a Bloomberg New Energy Finance.

Para reduzir o excedente, a comissão planeja atrasar a venda de 900 milhões de permissões, ou cerca de metade do limite anual total para empresas no ETS, e devolvê-las ao mercado no final da década.

“Este movimento deverá criar um aperto temporário e elevar os preços”, disse Itamar Orlandi, analista da New Energy, que prevê que as permissões custarão 15 euros no final de 2014. “Os parlamentares terão que usar esse tempo ganho para apertar mais o mercado, ou o excedente crônico pode perfeitamente seguir no mercado ao longo da próxima década”.

As permissões provavelmente subirão para 5,35 euros no ano que vem, disse Paolo Coghe, analista da Société Générale em Paris, em um relatório de 27 de novembro.

Os ganhos de curto prazo podem ser moderados porque a aprovação do resgate está “superavaliada”, disse ele.


Representantes de governos da UE chegaram a um acordo sobre a medida em novembro, rompendo um impasse de 16 meses, depois que a chanceler alemã Angela Merkel assinou seu apoio ao plano, após sua reeleição, em 22 de setembro.

Os estados membros ainda precisam dar consentimento formal e deverão decidir a respeito da medida em 16 de dezembro.

“O backloading é como os filmes Duro de Matar”, disse Andy Ager, chefe de comércio de carbono da Vertis Environmental Finance, em Budapeste. “Quando você pensa que viu o último deles, vem uma nova sequência”.

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