Países de Sarkozy (esquerda) e David Cameron são as maiores potência militares da Europa (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2010 às 08h59.
Londres - França e Grã-Bretanha anunciarão nesta terça-feira, em Londres, um plano de cooperação em termos de defesa de uma magnitude sem precedentes, com o objetivo de garantir-lhes um papel global em nível internacional, apesar de suas restrições orçamentárias.
O presidente francês Nicolas Sarkozy e o primeiro-ministro britânico David Cameron estão decididos a abrir um novo capítulo nas relações bilaterais durante a cúpula de 2 de novembro.
A história desses dois grandes vizinhos está marcada por batalhas (de Hastings em 1066 a Waterloo em 1815), envenenada pela rivalidade para construir impérios ou disputar a liderança europeia, e cheia de cúpulas fracassadas.
No entanto, desta vez, "a relação chegará a um nível superior, o mais alto jamais alcançado, ao comprometer a soberania nacional", enfatizou o ministro britânico da Defesa, Liam Fox, que negou que esta iniciativa suponha "um passo para um Exército europeu, ao que nos opomos".
Em outubro, Cameron apresentou um "Relatório Estratégico" que abre as portas para uma aproximação entre os dois países nesse sentido, no qual afirmava a vontade de Londres de continuar sendo, assim como Paris, "um ator global e, inclusive, mobilizar suas tropas em caso de conflito, apesar de um corte do orçamento da defesa de 8%".
Militares e diplomatas de ambos os lados do Canal da Mancha asseguram que isso significa uma nova de era de "cooperação bilateral" em busca de redução de cortes.
Os dois países são as maiores potências militares em sua região, somando 50% das capacidades operacionais europeias, 45% do orçamento europeu em termos de defesa e 70% de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, crucial na luta contra as novas formas de terrorismo e a cibercriminalidade.
Alguns projetos de cooperação já se materializaram na utilização conjunta de porta-aviões, entre 2016 e 2020, assim como patrulhas aéreas e aviões e navios de reabastecimento, e a sincronização das patrulhas submarinas para evitar acidentes como o ocorrido em 2009, com a colisão de "Le Triomphant" e "The Vanguard" no Atlântico Norte.
O diretor do instituto de pesquisa londrino, Chatham House, Robin Niblett, comentou à AFP que "o momento é agora ou nunca, já que realmente não há muito dinheiro".